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Polícia

Fios de alumínio revestidos de cobre foram utilizados em creche de Vila Velha

De acordo com a polícia, os fios irregulares foram encontrados durante perícia. Para tentar enganar o consumidor, os suspeitos passavam cobre por fora dos fios de alumínio

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
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Novas irregularidades foram identificadas nos fios elétricos alvos da Operação Elétron. Durante a quarta fase da ação, foram realizadas as perícias em uma Unidade de Pronto Atendimento de Cariacica e uma creche de Vila Velha

Foto: divulgação SESP

A operação é realizada por meio de uma ação integrada da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) com a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado e o Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Espírito Santo (IPEM-ES).

Segundo o titular da Decon, delegado Eduardo Passamani, a nova etapa teve como intuito proteger o consumidor, mas durante as investigações foram identificados alguns pontos em que os fios irregulares teriam foram instalados.

"Durante as investigações, identificamos que na creche, além do material da empresa investigada, foi encontrado um material proibido. Ele não é de cobre. Ele é de alumínio cobreado, que é proibido em instalações residenciais", disse.

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Até então, de acordo com o delegado, as investigações apontavam para uma quantidade menor de cobre do que o recomendado nos fios da empresa investigada, mas, ao realizar a perícia, a polícia descobriu que parte dos fios eram de material irregular.

"Esse novo material não tem a identificação do fabricante, não tem a espessura do cabo. Eles usavam o alumínio, que é um material que apresenta uma série de problemas com relação a condução elétrica. Esse material que foi encontrado na creche estava folheado. Para tentar enganar o consumidor, eles passava um pouco de cobre por fora", explicou o delegado.

Por meio de nota, a Prefeitura de Vila Velha informou que a obra da UMEI de Alecrim está em andamento e que desde o final de outubro, de forma preventiva, toda a fiação da marca investigada está sendo substituída nas unidades ainda em construção. As aulas na unidade estão acontecendo remotamente para todos os alunos matriculados.

Fios irregulares podem ter provocado incêndio em Aracruz

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Também foram realizadas perícias em uma residência em Aracruz, que teve um princípio de incêndio, e em um prédio de Cariacica com reclamações de derretimento das tomadas. Segundo o delegado, a perícia apontou que a fiação pode ter provocado o incêndio em Aracruz. 

"Identificamos a fiação na casa incendiada em Aracruz. A pericia da Polícia Civil apontou que muito provavelmente a causa do incêndio foi o uso desse material", disse o delegado.

Empresário preso na primeira fase da operação teria tentado interferir nas investigações

Durante a primeira fase da operação, realizada em agosto, um empresário foi preso. A empresa suspeita de fabricar os fios irregulares, que fica na Serra, foi interditada. De acordo com a polícia, o suspeito, que já era alvo de outra investigação, teria tentado interferir na apuração do caso antes de ser preso. 

"Antes de dar início a primeira etapa da operação, que cominou na prisão do empresário, nos fizemos uma busca e apreensão. Enquanto fazíamos a análise, houve a tentativa de interferência do empresário nas investigações, tanto de 2019, que já se encontrava na Justiça, quando nas investigação que se iniciava na Decom", explicou o delegado.

LEIA MAIS: Empresário preso por vender fios elétricos irregulares já havia pago R$ 100 mil de fiança em 2019

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Em outubro, durante a terceira fase da operação, mandados de busca e apreensão foram cumpridos no escritório de uma empresa investigada por fabricar e comercializar fios elétricos em desacordo com as normas vigentes e na residência do dono. Segundo as investigações, o material irregular foi usado em quase 20 unidades de saúde e em creches da Grande Vitória.

A Justiça autorizou o bloqueio de bens avaliados em cerca de R$ 10 milhões. Entre os itens bloqueados estão salas comerciais, um apartamento, um terreno, motos e até carros antigos de coleção.

Na segunda fase da operação, realizada em agosto, dez empresas que revendiam os produtos irregulares foram alvos da ação. Cerca de 40 mil metros de fios foram apreendidos em lojas espalhadas por Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica.

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