Advogado de três suspeitos de matar PMs no ES pede punição para “verdadeiro responsável”
Ele se referiu, implicitamente, ao autor dos disparos, Eduardo Bonfim Meireles, de 40 anos, que estava foragido do sistema prisional
O advogado responsável pela defesa de Eric da Silva Ferreira, Erica Lopes Ferreira e Luana de Jesus Luz, três dos quatro suspeitos de envolvimento na morte dos soldados Bruno Mayer Ferrani, de 30 anos, e Paulo Eduardo de Oliveira Celini, de 29, enviou nota à imprensa nesta segunda-feira (17).
Segundo Tiago Figueira, apenas o “verdadeiro responsável” pelo crime deveria ser punido, referindo-se, implicitamente, ao autor dos disparos, Eduardo Bonfim Meireles, de 40 anos. A defesa do atirador também já se pronunciou, afirmando que ele teria sofrido agressões no ato da prisão.
Confira nota do advogado Figueira:
Outrossim, informa a defesa dos acusados supracitados, que somente irá se manifestar novamente sobre o caso em tela, após o encerramento do inquérito policial e sua remessa ao Poder Judiciário”.
Defesa de Eduardo Bonfim
A defesa de Eduardo Bonfim Meireles, de 40 anos, principal suspeito de ter atirado e matado os soldados Bruno Mayer Ferrani, de 30 anos, e Paulo Eduardo de Oliveira Celini, de 29, enviou nota à imprensa nesta segunda-feira (17).
Os advogados lamentaram as mortes e dizem estar colaborando com as investigações. Apesar disso, pedem apuração de possíveis agressões no ato da prisão, bem como coação para que houvesse confissão. Confira nota:
“A defesa do Eduardo Bonfim Meireles ratifica todo seu respeito e admiração às forças policiais do Estado do Espirito Santo e declara que lamenta a morte dos soldados Bruno Mayer Ferrani (30 anos) e Paulo Eduardo Oliveira Celini (29 anos).
Informa que o patrocinado está colaborando integralmente com a investigação e irá colaborar em tudo que vier ser necessário, para que assim, estritamente nos termos da Lei, a justiça seja feita e seja aplicado uma punição justa, na medida de sua culpabilidade, em seu desfavor.
Importante ressaltar que vivemos sob a égide de um Estado Democrático de Direito, motivo pelo qual todos os indivíduos pertencentes a nossa sociedade, independente de quaisquer circunstâncias, possuem direitos e garantias fundamentais que em nenhuma hipótese poderão ser suprimidos, retirados, reduzidos ou cerceados.
Esperamos que, com o mesmo rigor e agilidade, as forças policiais do Estado do Espírito Santo apurem as denúncias de agressão física e psicológica no ato da prisão do Eduardo Bonfim Meireles, bem como coação para confissão que geraram os vídeos divulgados em redes sociais. Não se combate crime cometendo crime”, pontuou.
Entenda o caso
Assalto
A ocorrência que terminou na morte dos PMs começou na Rodovia Leste-Oeste, após um grupo de pessoas ser assaltado também durante a madrugada. As quatro vítimas, três homens e uma mulher gestante, estavam em um carro, depois de passar a curva e bater no meio fio, o pneu do carro furou.
Foi neste momento que um segundo veículo se aproximou dos ocupantes. Um homem que preferiu não ser identificado à reportagem da TV Vitória contou que a princípio os suspeitos ofereceram ajuda, mas logo em seguida anunciaram o assalto.
De acordo com testemunhas, os assaltantes eram dois homens e duas mulheres. Os criminosos roubaram os pertences do grupo e uma das mulheres teria ainda atirado contra uma pessoa, no entanto, a bala atingiu a cabeça de raspão.
Depois de receber atendimento médico, o homem atingido de raspão voltou ao local do crime para reconhecer os suspeitos e contou para a mãe que, no momento que seria novamente atingido, os policiais Bruno e Paulo apareceram.
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Perseguição termina na morte dos agentes
De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, os militares estavam perseguindo o veículo dos assaltantes e, ao abordar os suspeitos, foram surpreendidos pelos criminosos que se esconderam atrás de um caminhão. As rodas do veículo foram atingidas assim como o tanque foi perfurado.
A perseguição seguiu pelas ruas de Santa Bárbara. Os dois carros entraram em um terreno e foi nesse momento que o tiroteio começou. Os militares chegaram a ser socorridos, mas não resistiram e morreram.
Foram os próprios militares que socorreram as vítimas. Eles foram levados para um hospital particular do município, mas já chegaram sem vida. Uma moradora conta que tudo aconteceu por volta das 3h da manhã e que foram ouvidos muitos tiros.
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Segundo consta no registro da ocorrência, as armas dos policiais foram levadas pelos criminosos.
Além de soldado na Polícia Militar, Paulo Eduardo Celini era bacharel em Educação Física e havia se casado há poucos meses. Já Bruno Mayer, também era casado e deixa esposa e duas filhas.