Preso por arrastar cachorro diz que queria sacrificar o animal por 'parecer estar com fome e doente'
De acordo com a polícia, o suspeito alegou que o cão aparentava estar doente e com fome e, por isso, decidiu amarrá-lo em seu carro usando uma corda de varal
O motorista de um carro flagrado por câmeras de videomonitoramento arrastando um cachorro até a morte, em Jaguaré, no norte do estado, prestou depoimento à Polícia Civil, nesta terça-feira (13), e explicou o motivo que o levou a cometer tal ato. De acordo com o chefe da 18ª Delegacia Regional de São Mateus, delegado Leonardo Malacarne, o homem, de 32 anos, alegou que sua intenção era sacrificar o animal, já que, segundo o suspeito, ele aparentava estar doente e com fome.
Ainda de acordo com o delegado, o homem, que não teve a identidade revelada pela polícia, contou que encontrou o cachorro na rua e resolveu sacrificá-lo, amarrando-o em seu carro. Para isso, ele usou uma corda de varal que guardava no veículo.
O crime foi registrado por câmeras de segurança de um condomínio localizado no centro de Jaguaré. As imagens mostram o veículo do suspeito passando pela rua arrastando o cão, amarrado à traseira do carro. O animal tenta, mas mal consegue acompanhar a velocidade do veículo.
Cerca de meia hora depois, outro vídeo mostra o cachorro já morto. O motorista desce, pula por cima do animal e corta a corda que o prendia. Em seguida, entra no veículo e vai embora. Ele ainda volta para verificar se o animal está morto.
Veja o vídeo:
O caso foi denunciado por Suely Izabel Dalvi, presidente de uma ONG que resgata animais abandonados. Ela recebeu as imagens de videomonitoramento pelas redes sociais, na noite de segunda-feira (12), logo depois do crime.
Suely conta que ficou chocada e revoltada com a cena. "Em pleno feriado do Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida foi flagrada pelas câmeras de segurança de uma residência no centro de Jaguaré essa barbaridade. É uma crueldade do ser humano. Imagine o que esse cachorro não passou, sendo enforcado, arrastado vivo. Então que sirva de exemplo para as outras pessoas terem um cuidado maior e respeitar os animais da forma que eles merecem ser respeitados", lamentou.
A presidente da ONG conta que o animal vivia na rua e era conhecido na cidade. Disse ainda que ele recebia água e comida de moradores e comerciantes. "O animal é um ser inocente, não tem maldade. Eu não sei o porquê, o que motivou ele a fazer esse crime. Então ele tem que responder sim", afirmou.
Na manhã desta terça, enquanto Suely fazia o boletim de ocorrência, o suspeito, que estava na casa de amigos em Jaguaré, passando o feriado, apareceu na delegacia procurando ajuda. Ele acabou detido. "A população esvaziou os pneus do carro dele para ele não fugir. Por medo de ser linchado ou apanhar, ele procurou ajuda e acabou parando na delegacia", disse a presidente da ONG.
O suspeito foi encaminhado para a Delegacia Regional de São Mateus, onde foi autuado pelo crime de maus-tratos aos animais. Como a pena é de 2 a 5 anos de reclusão, não cabe fiança.
Até o mês passado, a pena por maltratar cães e gatos era mais branda. O suspeito assinava um termo circunstanciado e era liberado. No entanto, no dia 30 de setembro, a lei sofreu uma importante alteração. "Agora, sendo a pena de 2 a 5 anos de reclusão, a pessoa pode ficar presa. Antigamente a lei era de 1 a 3 anos de detenção", explicou o advogado criminalista André Rocha.
Segundo a Polícia Civil, o homem foi preso em flagrante e passará por uma audiência de custódia no Centro de Detenção Provisória. A produção da TV Vitória/Record TV tentou, mas não conseguiu contato com a defesa do suspeito.
Com informações da jornalista Andressa Missio, da TV Vitória/Record TV