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Polícia

Falso veterinário é preso na Serra após animal sofrer sequelas durante tratamento

Na residência do suspeito foram apreendidos medicamentos, instrumentos cirúrgicos e documentos. Segundo a polícia, o registro profissional dele é falso

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação / PCES
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Um homem foi preso em flagrante, na manhã de terça-feira (08), suspeito de atuar indevidamente como médico veterinário. A prisão, realizada por policiais da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DEPMA), aconteceu na casa do suspeito, que atuava no bairro Morada de Laranjeiras, na Serra.

Segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início a partir de uma denúncia recebida pela CPI dos Maus-Tratos Contra os Animais, da Assembleia Legislativa. A denúncia informava que um animal, atendido pelo falso veterinário, teria sofridos sequelas decorrentes do tratamento aplicado. A partir das investigações, a Justiça expediu um mandado de busca e apreensão, que foi cumprido nesta terça-feira.

Durante as buscas, foram apreendidos anestésicos de uso controlado e restrito para médicos veterinários, instrumentos cirúrgicos, receitas e cartões de vacina com carimbos e assinaturas do suspeito, que o identificavam como médico veterinário, com registro no conselho de classe do Rio Grande do Norte. No entanto, segundo a polícia, o registro é falso. As buscas foram acompanhadas pelos fiscais do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV).

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"Muitos animais morreram em decorrência disso. Os procedimentos eram feitos com dor, porque essa pessoa não conhece do profissionalismo, ela não conhece direito como funcionam os anestésicos e os pré-anestésicos. E pela medicação que foi apreendida — além de receitas, carimbo falso e número do CRMV falso —, nós observamos que os animais estavam sendo operados com dor", ressaltou a deputada Janete de Sá, presidente da CPI dos Maus-Tratos Contra os Animais.

A Polícia Civil autuou o suspeito, em flagrante, pelo crime de falsidade ideológica. Ainda serão investigados outros crimes, como maus-tratos e exercício ilegal da profissão. Em depoimento, o suspeito confirmou que realizava atendimentos se apresentando como médico veterinário há cerca de três meses, e que não tinha consultório. As consultas ocorriam nas casas dos pacientes.

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O titular da DEPMA, delegado Eduardo Passamani, deu orientações importantes para proteger os animais de estimação. "Sempre que levar seu pet a um atendimento médico, é importante solicitar o registro do profissional e, principalmente, confirmar a veracidade do registro junto ao conselho de classe. Em caso de suspeita, o tutor do animal deve prestar uma queixa diretamente ao conselho e, se houver confirmação de prática ilegal, registrar o Boletim de Ocorrência em qualquer delegacia", alertou.

Maus-tratos

Segundo dados da Prefeitura de Vitória, de julho de 2018 a junho de 2019 foram registradas 436 denúncias de maus-tratos a animais na capital capixaba, o que representa mais de uma por dia. Além disso, o número corresponde a 73% a mais do que o registrado no período anterior, entre 2017 e 2018. A prefeitura orienta que denúncias desse tipo podem ser feitas pelo telefone 156.

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Já Vila Velha registrou, de janeiro a setembro deste ano, 328 denúncias de maus-tratos contra animais, também mais de uma por dia. Segundo a prefeitura, no município essas denúncias podem ser feitas por meio do telefone 162. 

Já em Cariacica, não há um serviço do município e, nesses casos, a pessoa precisa denunciar diretamente nas delegacias de meio ambiente. E na Serra, a prefeitura disse que recebe denúncias de maus-tratos a animais de grande porte, como cavalos e burros, pelo telefone 0800-283-9780, e que há uma fazenda para receber esses animais.

A Sociedade Protetora dos Animais no Espírito Santo (Sopaes) informou que recebe, em média, três denúncias de maus-tratos por dia, em algum lugar do estado.

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