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Polícia

Em menos de quatro dias, três crianças são vítimas de violência dentro de casa na Grande Vitória

Nos últimos dois anos, o serviço de atendimento a denúncias desse tipo de crime, o Disk-100, registrou um aumento de quase 20%

Redação Folha Vitória
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Bebê foi arremessado da janela pela própria mãe, em Cariacica, na última terça-feira | Foto: TV Vitória
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Em menos de quatro dias, três casos de crianças sofreram violência dentro de casa na Grande Vitória. Os fatos, que foram marcados por grande comoção no Estado, ocorreram nos municípios de Cariacica e Vila Velha. Nos últimos dois anos, o serviço de atendimento a denúncias desse tipo de crime, o Disk-100, registrou um aumento de quase 20%.

Segundo a presidente do Conselho Estadual do Direito da Criança e do Adolescente no Espírito Santo, Galdene Santos, a maioria dos registros de ocorrências de violência contra crianças acontece justamente dentro de casa e as principais motivações são: desemprego, vícios e dificuldades financeiras.

"Em tempos de crise econômica, de alto índice de desemprego, a gente percebe um aumento na violência contra mulher e contra a criança e o adolescente. E contra idoso, que não entrou aqui, mas também há um aumento dessas violações. São os que estão mais em situação de fragilidade", ressaltou.

Os casos

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No bairro Campo Grande, em Cariacica, um possível surto psicótico teria motivado uma mãe a jogar pela janela o próprio bebê de dois meses. Testemunhas disseram que a mulher sofria de transtorno bipolar e que a situação piorou após o nascimento do terceiro filho. A criança caiu no telhado do vizinho.

O pai tentou resgatá-la, mas os dois acabaram caindo de uma altura de oito metros. A mulher, de 29 anos, foi encaminhada para um hospital psiquiátrico, onde permanece internada sob escolta policial.

Também em Cariacica, um açougueiro foi preso e autuado por homicídio qualificado tentado, suspeito de espancar o filho de 27 dias. A criança está em estado grave após sofrer um traumatismo craniano. O homem procurou socorro para o bebê, que apresentava marcas de agressão pelo corpo, mas foi denunciado à polícia por médicos.

A mãe do bebê teria transtornos psicológicos e outro filho, um menino de 6 anos, com autismo. Na casa da família, o Conselho Tutelar já teria sido acionado em outras ocasiões. Para Galdene, duas histórias que têm muito em comum.

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"Quando você identifica que é uma mãe que tinha um transtorno, então a gente identifica que é uma família que precisava de ter um acompanhamento, seja do conselho tutelar, seja da assistência - que são duas famílias também em situação de vulnerabilidade social - e seja, no caso das mães com transtorno, o acompanhamento da saúde", destacou.

O terceiro caso ocorreu no bairro Cidade da Barra, em Vila Velha. Uma briga de casal terminou com uma criança de dois anos com a perna quebrada. O companheiro da mãe da menina teria discutido com a mulher e após bater nela, partiu para cima da enteada com um chinelo. A violência foi tanta que a criança fraturou os ossos.

O Disk 100, um serviço de denúncia e de proteção de crianças e adolescentes com foco em violência sexual e física está disponível em todo o país. Só no Espírito Santo, segundo a coordenadora do Centro de Defesa de Direitos Humanos da Serra, o número de agressões registradas no canal nos anos de 2016 e 2017 apresentou um aumento de 19%.

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Para reduzir os altos índices de violência, Galdene afirma que desde 2012 o Governo do Estado vem implementando um Plano do Direito da Criança e do Adolescente.

"O plano vai nos permitir identificar quais são as políticas prioritárias para criança e adolescente, o que o Estado está fazendo, propor o que pode melhorar e depois criar mecanismos para monitorar investimento financeiro e a efetivação. Porque não é só criar política. É fazer com que ela seja executada na ponta e atenda às famílias", frisou.

Sobre o caso da criança de dois que teve uma das pernas quebrada pelo namorado da mãe, a Polícia Civil informou que ele será encaminhado para a Delegacia Especializada da Mulher, em Vila Velha, e para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Até o momento, o suspeito não foi detido.

Veja o vídeo da reportagem:


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