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Polícia

População denuncia violência policial após incêndio em ônibus em bairro de VV

Uma moradora do bairro diz que os policiais chegam na comunidade já atirando. Já a PM afirma que traficantes influenciam parte da comunidade para se voltarem contra a polícia

Redação Folha Vitória
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Flagra do momento em que o ônibus era incendiado por criminosos, em Vila Velha Foto: Reprodução/TV Vitória
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A polícia começou a investigação na tentativa de localizar os suspeitos de terem incendiado um ônibus do sistema Transcol, na manhã desta quarta-feira (29), no bairro Cobi de Cima, em Vila Velha. De acordo com a polícia, já existem traços físicos dos suspeitos. Por outro lado, moradores do bairro denunciam suposta truculência dos policiais na atuação no bairro.

Em entrevista para a TV Vitória, uma moradora do bairro, que não quis se identificar, diz que os policiais chegam na comunidade já atirando. "De manhã, eles [policiais] já chegam dando tiro, e com mulher e criança na rua eles não estão nem aí. Quando eles foram render um menino, ele se jogou no chão e mesmo assim deram um tiro nas costas do menino", diz.

A moradora reclama das abordagens policiais feitas no bairro. "A polícia já chega esculachando. Eles não querem nem saber. Eles acham que só porque moramos em Cobi somos todos bandidos", completa.

O conteúdo da carta foi lida na íntegra pelo apresentador do Balanço Geral, Fernando Fully Foto: TV Vitória
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Uma carta supostamente escrita por moradores da comunidade de Cobi foi entregue para a equipe de reportagem da TV Vitória. A carta dizia que os policiais "disparam tiros de borracha em trabalhador" e que "invadem casas de pessoas direitas". Não se sabe, porém, a veracidade da mensagem.

Seis ônibus incendiados e 64 depredados somente este ano na Grande Vitória

A Polícia Civil trabalha na investigação para apurar quem ateou fogo no ônibus, que no momento do crime, tinha cerca de 70 passageiros. Segundo a Polícia Militar, o ataque ao coletivo pode ter sido uma retaliação contra a prisão Wanderson Silva de Paula, na noite da última terça-feira (28), após uma troca de tiros com na região dos bairros Cobi de Cima e Cobi de Baixo, também em Vila Velha.

Em entrevista para o Balanço Geral, o suspeito confessa que estava armado e que pulou para fugir da polícia. "Os policiais me pegaram armado e começaram a atirar. Eu corri. Revidei correndo e acabei pulando. Não tive medo de pular", diz.

O Corpo de Bombeiros combateu as chamas de mais um ônibus queimado, na Grande Vitória Foto: TV Vitória
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De acordo com o subcomandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, Major Menezes, a carta pode ter sido escrita a mando de traficantes. "A gente deixa claro que a carta deveria chegar até nós da polícia de uma forma oficial, com o remetente ou o representante da liderança da comunidade para que a gente possa realmente dar a essa carta o valor e o peso que ela deveria receber. Trabalhar essa questão pela mídia é o caminho inverso. Ressalto que as portas estão abertas ao diálogo", conta.

Sobre a denúncia de truculência policial, o major argumenta: "É bom destacar que todo disparo de arma de fogo efetuado pela Polícia Militar, é imediatamente comunicado à corregedoria. Aí fazemos a apuração se aquele disparo foi necessário ou não, havendo ou não suposta vítima", conta.

O major diz que é comum em comunidades onde há o tráfico de drogas, a influência de criminosos com a comunidade. "Infelizmente alguns dos criminosos da região influenciam a população para se voltarem contra a polícia. Eu não consigo entender o que o cidadão de bem tem em mente quando toma uma atitude dessas, porque estamos aqui para defender vidas", conclui.

Conteúdo da carta na íntegra:

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"Que fique bem claro, não é vandalismo. Isso é a comunidade que não aguenta a humilhação dos PMs, dando tiros de borraca em morador, fazendo trabalhador deitar no chão, invadindo casas de pessoas direitas. Eles acham que porque moramos na favela somos bandidos também".

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