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Polícia

Médica morta em hotel do ES: polícia faz operação em apartamento de casal em MG

Mandado de busca e apreensão é cumprido pela polícia mineira, a pedido da Polícia Civil de Colatina, responsável pela investigação do caso

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
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Foto: TV LESTE / RECORD MINAS
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A Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu, na manhã desta quarta-feira (06), um mandado de busca e apreensão no apartamento do casal Juliana Ruas El-Aouar, de 39 anos, e Fuvio Luziano Serafim, de 44. O imóvel fica localizado no bairro Marajoara, na cidade de Teófilo Otoni, no leste mineiro.

Juliana, que trabalhava como médica psiquiatra, foi assassinada no quarto de um hotel em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, no último fim de semana. Fuvio e o motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, foram presos, suspeitos de envolvimento no crime.

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A operação desta quarta-feira foi autorizada pela Justiça de Minas Gerais, a pedido da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina, responsável pelo inquérito sobre o caso.

"Basicamente, a ação tem como objetivo verificar se há algum instrumento, documento ou objeto dentro da residência que pode ter relação com o crime e sua motivação", explicou o titular da DHPP de Colatina, delegado Deverly Pereira Junior.

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Médica mineira foi encontrada morta em hotel de Colatina

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No dia do crime, a ´Polícia Militar informou, em boletim de ocorrência, que recebeu informações de um possível homicídio ocorrido nas dependências de um hotel em Colatina.

Quando os militares chegaram ao local, a gerente do estabelecimento informou que Juliana estava hospedada com o marido em um quarto. Já Robson, motorista do casal, estava hospedado em outro quarto, no mesmo andar.

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A gerente relatou ainda que outros hóspedes reclamaram de bagunça e barulhos no quarto de Juliana e Fuvio durante a madrugada e que, já pela manhã, o marido da médica apareceu na recepção bastante alterado.

Segundo a funcionária, ele estava com pressa para pagar a conta, alegando que sua esposa estava passando muito mal, e chegou a desmaiar.

Foto: Reprodução / Redes Sociais

O Samu foi acionado e, ao chegar ao local, a equipe constatou o óbito de Juliana. Considerando a possibilidade de tratar-se de um cenário de crime, a perícia foi acionada e realizou o isolamento área.

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Durante as investigações ainda no local, foi constatado, por meio de câmeras de monitoramento interno, uma movimentação de entrada e saída no quarto do casal durante a madrugada, entre o marido da médica e o motorista. 

Marido e motorista contaram versões diferentes

Ao ser questionado sobre o que teria ocorrido, o marido da médica relatou que a esposa havia passado por um procedimento cirúrgico no dia anterior (sexta-feira) e, em seguida, eles teriam ido a uma churrascaria.

Segundo o suspeito, eles retornaram para o hotel e, ao acordar na manhã de sábado, ele teria encontrado Juliana desmaiada na cama, possivelmente em óbito.

Fuvio relatou que fez contato com o Samu e foi orientado a colocá-la no chão do quarto, para tentar reanimá-la.

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Já o motorista do casal relatou que foi chamado por Fuvio para ir ao quarto, pois Juliana havia caído no banheiro e precisava de ajuda.

A polícia destacou que ambos apresentaram versões diferentes do cenário encontrado pela perícia, que o quarto estava revirado, com garrafas de cerveja, sangue nas roupas de cama, a mulher com ferimentos pelo corpo, além de vidros de remédio quebrados.

Pai afirma que médica era vítima de violência

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Durante o velório de Juliana, o pai dela, o médico-cirurgião, ex-prefeito e ex-vereador de Teófilo Otoni, Samir Sagi El-Aouar falou sobre a dor da família e a angústia causada pelo crime.

"Estamos arrasados. Pensar que uma filha de 39 anos de idade, médica psiquiátrica, com um futuro promissor pela frente, uma filha maravilhosa, um amor de pessoa, de repente é submetida a uma tortura, porque o que aconteceu com ela foi tortura durante a noite toda", desabafou.

O pai afirmou que a filha teve traumatismo cranioencefálico em dois locais da cabeça, machucou o estômago, a traqueia e o esôfago.

"Minha filha foi torturada até a morte. Mais um feminicídio neste país, que eu espero, que se Deus quiser, não vai ficar impune", desabafou o médico.

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Segundo o relato de Samir, Juliana teria sido vítima de violência doméstica há algum tempo.

"Ele já vinha batendo nela algumas vezes, dizendo que ela tinha caído dentro de casa, todo dia um olho roxo, uma cicatriz de sete centímetros na região frontal. Tudo isso já vinha acontecendo, e ela querendo sair do casamento, e ele ameaçando para ela não sair, ele não aceitava a separação", explicou.

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"Ele programou o que ele fez. Tirou minha filha da minha vida. Amigos, parentes e conhecidos, todos nós estamos sofrendo demais pelo que ele fez. Não tem justificativa. Mais um feminicídio! Eu acho que o nosso país tem que acabar com essa matança de esposas, de namoradas, porque isso é um absurdo", clamou o médico.

Samir, além de buscar justiça, espera que Fuvio permaneça preso durante todo o processo. "Eu espero que daqui pra frente, seja feita justiça principalmente, mantê-lo preso até o final dos fatos", finalizou.

Relatos de agressões serão investigados pela polícia

O delegado Deverly Pereira Junior, responsável pelo caso, disse que a polícia já recebeu diversas informações dando conta de um histórico de violência envolvendo o casal. 

Ele afirma que todos esses fatos estão sendo apurados para que a polícia chegue a uma conclusão sobre o que motivou o assassinato da psiquiatra.

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"Não podemos excluir esses fatos anteriores porque eles servem como elementos informativos, dentro desse inquérito, para chegarmos à motivação", frisou.

Foto: Divulgação/Família
Família de médica afirma que ela era vítima de violência doméstica por parte do marido

O delegado explicou ainda que o marido da vítima corre o risco de responder por outros processos, referentes a possíveis casos de agressão contra a companheira, mas que essas investigações teriam de ser conduzidas pela Polícia Civil de Minas Gerais, onde o casal residia e os fatos teriam ocorrido.

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