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Polícia

Advogado é investigado por vazar informações de operações policiais a traficantes de Vitória

Ação da Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (30) é um desdobramento da Operação Sicário, que investiga organizações criminosas envolvidas com o tráfico de drogas e homicídios cometidos na Grande Vitória

Rodrigo Araújo , Matheus Foletto , Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução TV Vitória
Policiais civis estiveram, nesta quinta-feira (30), em uma casa no bairro Jesus de Nazareth
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Um advogado é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual (MPES) por alertar traficantes de Vitória sobre a realização de operações policiais. 

A Justiça expediu mandados de busca e apreensão contra Wagner Silva Costa, mas ele não estava no endereço alvo de operação da polícia na manhã desta quinta-feira (30).

Policiais civis estiveram em uma casa no bairro Jesus de Nazareth, em Vitória, que seria do investigado. No entanto, uma sobrinha do suspeito atendeu os agentes e informou que o tio não mora mais no imóvel. Por causa disso, os policiais não entraram na casa. 

As investigações apontam que Wagner atuava como "pombo-correio" da organização criminosa denominada Primeiro Comando de Vitória (PCV), que atua em diversos pontos da Grande Vitória, mas principalmente na região do Bairro da Penha, em Vitória.

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A reportagem do jornal online Folha Vitória teve acesso, com exclusividade, à decisão da 8ª Vara Criminal de Vitória, que expediu o mandado de busca e apreensão contra o advogado.

Segundo o documento, Wagner teria avisado a um criminoso a respeito de uma operação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra e da Força Nacional. O advogado teria ficado sabendo da operação no dia anterior.

Entretanto, de acordo com a decisão, não há outros esclarecimentos sobre qual foi a suposta participação do advogado nos fatos.

A decisão judicial também detalha que, neste momento, uma prisão temporária contra o advogado não é necessária, porque as apurações são prematuras. 

No entanto, a Justiça permitiu que a polícia fosse até o endereço de Wagner, em busca de documentos, bilhetes, agendas e cadernos, que pudessem comprovar a ligação do advogado com o grupo criminoso.

Advogado nega acusação e vai prestar depoimento na terça-feira

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A reportagem entrou em contato com o advogado Wagner Silva Costa, que negou as acusações e disse que não mora no imóvel alvo da operação policial há cinco anos. Também informou que irá ser ouvido pela polícia na próxima terça-feira (05) na DHPP. 

O advogado Carlos Augusto, que assumiu a defesa de Wagner Silva Costa, também se pronunciou por meio de nota. Leia na íntegra:

"A defesa entende que é muito prematuro para nos pronunciarmos com relação ao processo, mas de plano já esclarecemos que, ao serem analisados os autos em sua íntegra, todas as medidas cabíveis serão tomadas para se provar a inocência do acusado."

OAB vai analisar abertura de processo ético

Por meio de nota, a OAB-ES informou que o Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem irá analisar a possibilidade de instaurar um processo ético disciplinar contra o advogado investigado.

A ação da Polícia Civil desta quinta-feira (30) foi acompanhada de perto por dois representantes da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES).

Um deles é o presidente estadual da Comissão de Prerrogativa da OAB-ES, Ben Hur Brenner. Ao Folha Vitória, ele contou que o advogado investigado entrou em contato com ele por telefone nesta tarde, afirmando ser inocente.

Ação é desdobramento da Operação Sicário

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A ação na manhã desta quinta-feira é um desdobramento da Operação Sicário, da Polícia Civil, que investiga organizações criminosas envolvidas com o tráfico de drogas e homicídios cometidos na Grande Vitória.

Durante a operação, deflagrada no dia 17 deste mês, 16 pessoas foram presas. Entre elas, estão dois indivíduos apontados pela polícia como comparsas de Fernando Moraes Pereira Pimenta, o "Marujo", considerado o homem mais procurado pela polícia do Espírito Santo, por liderar o tráfico de drogas do Bairro da Penha, em Vitória.

Todos os detidos tinham mandado de prisão em aberto. A operação também cumpriu mais de 40 mandados de busca e apreensão.

Segundo informações da PC, o nome da operação faz referência aos crimes que motivaram a expedição dos mandados de prisão. A palavra sicário é originária do Latim sicarius e refere-se ao indivíduo sedento de sangue; sanguinário; cruel.

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