Operação Delivery: drogas eram entregues na Ufes e em bares e restaurantes da Rua da Lama
Durante a operação, sete homens foram presos, suspeitos de integrar a quadrilha. Encomendas eram feitas por telefone ou aplicativos de mensagens
Sete homens foram presos nesta terça-feira (18) suspeitos de integrar uma quadrilha que realizava um esquema de distribuição de drogas por "delivery" na Grande Vitória. De acordo com as investigações da Polícia Federal, as entregas eram feitas em locais como a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e em bares e restaurantes de classe média alta na Rua da Lama, em Jardim da Penha, Vitória.
Ainda segundo a PF, o grupo, comandado por dois irmãos, era bastante organizado e possuía fornecedor, gerente, sócio e três motoboys, responsáveis por realizar as entregas. O delegado federal Ramon Almeida da Silva explicou que as encomendas eram diárias e feitas por meio de telefone e aplicativos de mensagens.
"Nós identificamos um grupo muito organizado, com hierarquia, distribuição de tarefas, e que fazia distribuição de drogas em toda a Grande Vitória com a utilização de motoboys - um serviço muito parecido com delivery de alimentação. Todos os dias três motoboys, de segunda a segunda, saíam quatro vezes por dia, cada um, fazendo entregas por toda a Grande Vitória. As encomendas de drogas eram feitas por meio de telefones celular, principalmente aplicativos de comunicação, e os motoboys faziam as entregas. Esses motoboys tinham plena consciência de que estavam fazendo uma atividade ilícita", frisou o delegado.
As prisões foram efetuadas durante a Operação Delivery, realizada pela Polícia Federal em conjunto com a Polícia Militar do Espírito Santo. Durante a operação, também foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão na Região Metropolitana.
Algumas dessas apreensões aconteceram em um imóvel na Avenida Maruípe, em Vitória, que, segundo a Polícia Federal, servia como base para a organização criminosa. "Eles tinham uma base operacional, um local que eles mesmos denominavam 'mocó', situado na Avenida Maruípe. Eles se reuniam quatro vezes por dia, em horários definidos. Às 14 horas era a primeira reunião e, dali, partiam os três motoboys para fazer as entregas", explicou Ramon Almeida da Silva.
Os detidos durante a operação foram indiciados por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Alguns deles também responderão por porte ilegal de arma.
As investigações à quadrilha tiveram início em junho deste ano. A operação deflagrada nesta terça contou com a participação de 58 policiais federais, além de equipes da Polícia Militar. Houve também emprego de cães farejadores da PMES, com o objetivo de localizar substância entorpecente e armas de fogo.