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Polícia

Vendedora leva surra do ex-marido após terminar relacionamento em Cariacica

Agressor foi detido e conduzido para a delegacia, onde foi autuado por tentativa de homicídio. Segundo a vítima, briga teria começado porque ela decidiu terminar o relacionamento

Redação Folha Vitória
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Vendedora ficou com vários hematomas pelo rosto após ser agredida pelo ex-companheiro, em Cariacica Foto: TV Vitória
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Uma vendedora autônoma de 45 anos ficou com diversos hematomas pelo rosto após ser espancada pelo ex-companheiro. O caso aconteceu no último final de semana, no bairro Tucum, em Cariacica, Região Metropolitana de Vitória.

Depois da agressão, o ex-marido de Margarete de Fátima Platner foi detido e conduzido até a delegacia. O pensionista Maurício de Souza Flores, de 52 anos, foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio. 

A justiça, no entanto, permitiu que o suspeito respondesse pelo crime em liberdade. Mas, para alívio da vítima, o agressor possuía um mandado de prisão em aberto, em Curitiba, no Paraná, e acabou indo parar atrás das grades.

Segundo a vítima, a briga teria começado porque ela decidiu terminar o relacionamento, que já durava quatro anos. A intenção de Margarete era retornar para Curitiba, onde ela e o companheiro se conheceram. "Ele começou a me agredir e falar que, se fosse para eu voltar para Curitiba, eu voltaria sim, mas seria dentro de um caixão lacrado", conta.

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Margarete agora está decidida a voltar para a terra natal. Ela acredita que, ao lado da família e bem longe do agressor, estará mais protegida. No entanto, a vendedora alega que está sem condições de arcar com os custos das passagens para ela e para os dois filhos.

A vítima conta que a relação dela com Maurício se transformou quando o companheiro, diagnosticado com alcoolismo, voltou a beber. Margarete afirma que chegou a ser até mesmo ameaçada de morte. "Foram muitas juras de amor. Mas se ele me amasse mesmo, acho que não teria feito o que fez", frisou.

A vendedor aproveita para fazer um alerta às demais mulheres, que procurem a polícia caso sejam vítimas de agressão. "Vai e denuncia, porque é melhor denunciar enquanto a gente está viva do que amanhã ou depois a gente ser capa de jornal, [informando] que o serviço foi terminado. Se a pessoa fizer uma vez [agressões físicas], ela vai fazer várias vezes", alertou.

Violência contra a mulher

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Assim como a vendedora, milhares de mulheres no Espírito Santo sofrem com a violência doméstica. O Estado figura entre as primeiras posições no ranking nacional de violência contra a mulher. De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), foram registrados no Espírito Santo, em 2015, seis mortes de mulheres para cada 100 mil capixabas. 

E a violência contra a mulher no Espírito Santo continua. No último sábado (24), a morte de Talita Brenda Firmino Ferreira, de 21 anos, chocou os capixabas. A jovem foi assassinada a facadas, no bairro Rio Marinho, em Vila Velha, na frente dos dois filhos pequenos. O principal suspeito é o ex-marido da vítima, que não aceitava o fim do relacionamento. 

Para especialistas, mais do que uma questão de polícia, a violência contra a mulher é um problema social que precisa ser discutido. "A gente precisa trabalhar as questões de gênero na educação, na mídia, na publicidade. Então por que a gente ainda vê muita violência de gênero? Porque a gente discute pouco ainda. A gente precisa avançar", ressaltou a delegada do plantão de violência contra a mulher da Grande Vitória, Natália Tenório.

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No entanto, a delegada garante que esse cenário já está começando a mudar. Segundo ela, o resultado é fruto do esforço da sociedade e do poder público em combater a violência ligada à questão do gênero. Para a delegada, uma das medidas é a criação da lei do feminicídio.

"O feminicídio colocou o homicídio contra a mulher, pela questão de gênero, como crime hediondo. A diferença - e aí eu acredito que a gente teve uma evolução com a aprovação dessa lei -  é que a gente agora dá nome a um problema grave. Quando eu digo feminicídio e trabalho com esse conceito de uma maneira continuada na cabeça de toda uma sociedade, eu permito que essa sociedade, com o passar do tempo, faça uma reflexão sobre um problema específico", destacou.

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