Medo e insegurança são os sentimentos que rondam moradores de Viana após ataques a ônibus
No último ataque, é possível ver que o óleo diesel derramou do tanque do ônibus, o que fez com que o fogo se espalhasse. Moradores ficaram com tanto medo que saíram de casa
Com o registro de dois incêndios a ônibus, em 40 horas, no bairro Marcílio de Noronha, em Viana, na Grande Vitória, moradores do bairro estão assustados com a violência na região.
A queima do segundo ônibus, na noite da última segunda-feira (15), assustou o motorista Reginaldo Silva. “A gente fica com medo e já trabalhamos com medo de assalto e essas coisas, e acontecendo isso, fica difícil a gente trabalhar”, contou.
Pelas marcas, é possível ver que o óleo diesel derramou do tanque do ônibus, fazendo com que o fogo se espalhasse na rua. Moradores ficaram com tanto medo, que chegaram a sair de casa. “Cheguei a pensar que o fogo ia invadir as casas, as obras e eu nem saí de casa. Fui na casa da vizinha esperar a polícia chegar”, contou uma moradora.
São três ônibus queimados em quatro dias, na Grande Vitória. As empresas responsáveis pelos ônibus incendiados, nos três últimos dias na Grande Vitória, calcularam um prejuízo de R$ 270 mil, após os ataques.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), um ofício será enviado à Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), para que seja intensificada a segurança nos pontos finais das linhas que operam o sistema Transcol.
Em entrevista ao jornal Espírito Santo no Ar, da TV Vitória/Record, o secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, afirmou que os incêndios foram provocados por menores de idade. “Temos informações, que nos levam a crer, que são menores de idade. As primeiras ações foram praticadas basicamente por adolescentes que foram incitados por outros indivíduos maiores de idade para praticarem esses atos”, disse.
Três incêndios em menos de quatro dias
Só no bairro Marcílio de Noronha, no município de Viana, dois coletivos foram queimados. Na noite da última segunda-feira (15), o crime aconteceu por volta das 20h30. O que sobrou do ônibus após o incêndio foi retirado por um guincho por volta das 6 horas desta terça-feira (16).
O coletivo que faz a linha Jardim Camburi x Marcílio de Noronha, foi incendiado no ponto final do bairro. O motorista do veículo, que estava dentro do transporte na hora em que o crime aconteceu, contou para os policiais que oito adolescentes entraram no coletivo com garrafas de combustível nas mãos e dois estavam armados. O motorista disse que ele foi arrastado pelos suspeitos e em seguida atearam fogo no coletivo.
A vítima contou que antes de fugirem, os suspeitos disseram que o ataque foi em represália a operação da Polícia Militar, que aconteceu na última quarta feira (10), em Flor de Piranema. Na ocasião, dois suspeitos de cometerem crimes foram mortos.
Os moradores do bairro Marcílio de Noronha estão apavorados com os ataques dos últimos dias.
O presidente do Sindirodoviários esteve no local e disse que a linha incendiada atende cerca de 500 pessoas diariamente e por conta dos ataques a linha não deve seguir até o ponto final por tempo indeterminado. A decisão foi tomada por questões de segurança, mas na manhã desta terça-feira (16), os seletivos que fazem a linha continuam passando pelo ponto final do bairro.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e viaturas foram até o local para apagar as chamas. Até o fechamento desta reportagem a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) ainda não tinha detalhes da ocorrência.
Este é o segundo coletivo alvo de bandidos no mesmo lugar. O último ataque aconteceu na madrugada do último domingo (14). De acordo com testemunhas, o ônibus do sistema Transcol estava parado no ponto final do bairro quando o incêndio começou. Nenhuma pessoa estava dentro do coletivo.
Apesar dos três ataques em menos de três dias, a Secretaria de Estado de Segurança Publica (Sesp) negou que ordens dadas de dentro de presídios tenham provocado as chamas nos coletivos.
Incêndio em Cariacica
O outro incêndio aconteceu em Cariacica, na noite da última sexta-feira (12). Um homem chegou ao ponto final da linha 736, no bairro de São Conrado, com uma arma e cinco litros de óleo diesel, rendeu o motorista e o trocador do ônibus, e ateou fogo no veículo.
O incendiário, que não foi identificado, ordenou que o motorista e o cobrador apanhassem os objetos pessoais e o dinheiro do caixa. Depois, jogou o óleo diesel no painel e ateou fogo no coletivo.