Empresas calculam prejuízo de R$ 270 mil com incêndios a ônibus na GV
O valor foi calculado após os ataques da última sexta-feira (12) e da madrugada de domingo (14); O prejuízo deixado pelo último incêndio ainda não foi calculado
As empresas responsáveis pelos ônibus incendiados nos três últimos dias na Grande Vitória calcularam um prejuízo de R$ 270 mil, após os ataques.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), um ofício será enviado à Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), para que seja intensificada a segurança nos pontos finais das linhas que operam o sistema Transcol.
Três ônibus incendiados em menos de quatro dias
Só no bairro Marcílio de Noronha, no município de Viana, dois coletivos foram queimados, em pouco mais de 48 horas.
Na noite da última segunda-feira (15), o crime aconteceu por volta das 20h30. O coletivo que faz a linha Jardim Camburi x Marcílio de Noronha, foi incendiado no ponto final do bairro. O motorista do veículo, que estava dentro do veículo na hora em que o crime aconteceu, contou para os policiais que oito adolescentes entraram no coletivo com garrafas de combustível nas mãos. Dois deles estavam armados. O motorista disse que ele foi arrastado pelos suspeitos, que em seguida atearam fogo no coletivo.
A vítima contou que antes de fugirem, os suspeitos disseram que o ataque foi em represália a operação da Polícia Militar, que aconteceu na última quarta feira (10), em Flor de Piranema. Na ocasião, dois suspeitos de cometerem crimes foram mortos.
O presidente do Sindirodoviários esteve no local e disse que a linha incendiada atende cerca de 500 pessoas diariamente. Por conta dos ataques, a linha não deve seguir até o ponto final por tempo indeterminado. A decisão foi tomada por questões de segurança, mas na manhã desta terça-feira (16), os seletivos ainda passavam pelo ponto final do bairro.
Foi o segundo coletivo alvo de bandidos no mesmo lugar. Na madrugada do último domingo (14), o ônibus do sistema Transcol estava parado no ponto final do bairro quando o incêndio começou. Nenhuma pessoa estava dentro do coletivo.
O outro incêndio aconteceu em Cariacica, na noite da última sexta-feira (12). Um homem chegou ao ponto final da linha 736, no bairro de São Conrado, com uma arma e cinco litros de óleo diesel, rendeu o motorista e o trocador do ônibus, e ateou fogo no veículo.
Apesar dos três ataques em menos de três dias, a Secretaria de Estado de Segurança Publica (Sesp) negou que ordens dadas de dentro de presídios tenham provocado as chamas nos coletivos. De acordo com a Sesp, a ideia é totalmente descartada, já que a inteligência da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) descartou a hipótese.
Suspeitos de ataques já foram identificados
Em entrevista ao jornal Espírito Santo no Ar, da TV Vitória/Record, o secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, afirmou que os incêndios foram provocados por menores de idade. “Temos informações, que nos levam a crer, que são menores de idade. As primeiras ações foram praticadas basicamente por adolescentes que foram incitados por outros indivíduos maiores de idade para praticarem esses atos”, disse.
Ainda segundo o secretário, os incêndios foram provocados como forma de represália às operações da Polícia Militar e não partiram de dentro de presídios do Estado. “Estamos fazendo um levantamento, desde o primeiro evento. A conclusão a que estamos chegando é de que se trata de uma reação a ações da Polícia Militar na região, a prisão de alguns indivíduos que aconteceram na região. Até porque, alguns dos autores desses atos, que já foram identificados, têm relação exatamente com um indivíduo que foi preso em uma operação da PM. Tudo leva a crer que é uma reação descabida, por parte desses indivíduos que já estão sendo monitorados. Nós temos uma relação muito próxima com o sistema de inteligência da Sejus, os presídios estão sendo monitorados. Acredito que as ordens tenham partido de fora”, afirmou.
De acordo com André Garcia, o patrulhamento em Viana, principalmente no bairro Marcílio de Noronha, já foi reforçado a fim de evitar que nos atos criminosos aconteçam. “Estamos reforçando a presença policial à noite, vamos continuar fazendo operações para identificação e prisão desses indivíduos e vamos continuar com as ocupações. Depois da formatura dos quase mil soldados da PM, há um processo em curso de reforço de efetivo, do aumento da presença policial e de um trabalho de inteligência para identificar esses indivíduos e realizar as prisões e apreensões, em se tratando de menores”, explicou.