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Polícia

Novo laudo revela que médica sofreu trauma na cabeça quando ainda estava viva

Juliana Ruas El-Aouar foi encontrada morta em um quarto de hotel em Colatina, que dividia com o marido Fúvio Luziano Serafim, ex-prefeito de cidade mineira

Carol Poleze

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Um laudo médico complementar entregue pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) à Justiça estadual revela que a médica Juliana Ruas El-Aouar, de 39 anos, sofreu traumas na cabeça enquanto ainda estava viva e morreu, possivelmente, de madrugada, horas antes do socorro ser acionado. 

Juliana foi encontrada morta em um quarto de hotel, em Colatina, onde estava hospedada com o marido, ex-prefeito de Catugi (MG), Fúvio Luziano Serafim, 44. Na ocasião, foram encontradas marcas de asfixia e cortes na cabeça. 

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O laudo apresentado pelo MPES complementa o pedido feito à Justiça, no início do mês, para que Fúvio fosse a júri popular por feminicídio qualificado pela asfixia, fraude processual majorada e consumo partilhado de drogas.

No documento, o qual o Folha Vitória teve acesso, o médico legista detalha os exames realizados, buscando responder dois questionamentos:

1 - Os traumatismos descritos no laudo ocorreram com a pessoa em vida?

2 - Considerando os sinais de morte descritos no laudo, tem como precisar o horário aproximado da morte da vítima?

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Para responder a primeira pergunta, as informações do documento mostram que, após os exames, a morte por broncoaspiração e asfixia decorreu da ação conjunta de dois fatores: "intoxicação por morfina (e sinergia entre fármacos sedativos) e edema cerebral resultante de traumatismo cranioencefálico". 

Em relação aos ferimentos na cabeça de Juliana, o laudo constatou que foram feitos, possivelmente, ainda em vida.

"Em medicina forense, a presença de extravasamento de sangue do leito vascular para os tecidos circunjacentes indica que o dano fora ocasionado em vida, uma vez que a interrupção da circulação sanguínea na morte mantém o sangue estagnado no interior dos vasos, sem pressão para que infiltre as malhas teciduais dos arredores, mesmo em caso de trauma com dano vascular".

Sendo assim, o traumatismo foi responsável pelas hemorragias que a vítima sofreu no subcutâneo do couro cabeludo e intracraniano.

"Cabe considerar que tais achados não impedem que tenha também ocorrido trauma pós-morte", pontua o documento.

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Em relação à segunda pergunta, o laudo apresenta informações de que a vítima morreu entre 4h e 8h do dia 2 de setembro de 2023. O socorro foi acionado por Fúvio durante a manhã do mesmo dia.

É possível traçar o horário da morte por conta da rigidez cadavérica. De acordo com o laudo, a rigidez começa entre uma e duas horas depois da morte, chegando ao máximo após oito horas e desaparecendo com o início da putrefação depois de passadas 24 horas.

"Considerando que o exame necroscópico da vítima em questão foi iniciado às 15h do dia 02/09/2023 e destacando do laudo C00297/23 o trecho que diz que a ectoscopia apresentava corpo em bom estado de conservação, rigidez cadavérica totalmente instalada, é possível considerar que, no momento da constatação, a vítima encontrava-se em óbito há cerca de oito horas, mas não mais que 12 horas", diz o documento. 

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O MPES informou que, pela análise das imagens das câmeras do hotel, o réu demorou, aproximadamente, uma hora para chamar o socorro após perceber que esposa estava em uma condição crítica.

"Também ressalta a indiferença do réu com a vítima, pois o médico socorrista do Samu não encontrou o réu ao lado da esposa. Ele estava pagando a conta do hotel", narrou o MPES.

A reportagem busca contato com a defesa de Fúvio Luziano Serafim. O espaço está aberto para manifestação.

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