Ameaça em escola: aluno de 10 anos ficou ferido no rosto após ficar frente a frente com invasor
Mãe de garoto agredido durante tentativa de atentado em colégio de Vitória disse que ele achou que fosse uma encenação teatral
Uma analista administrativa viveu momentos de pânico e apreensão ao saber que seu filho, um garoto de 10 anos, ficou frente a frente ao jovem de 18 anos que invadiu a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Eber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha, em Vitória, na tarde desta sexta-feira (19). O menino ainda teve o rosto arranhado pelo suspeito, relembra a mãe.
Bastante assustada, a mulher, que preferiu não se identificar, disse que a primeira reação da criança foi de que tudo era uma encenação. "Meu filho achou que era um teatro. Meu filho falou se era uma brincadeira porque estava tendo um teatro na escola", narra.
O garoto disse que o rapaz mandou que ele ficasse quieto. Ela fala que o filho chutou o rapaz.
Ela diz que os funcionários do colégio se uniram para conter o rapaz, que estava todo vestido de preto e carregava uma mochila com arco e flechas, facas, três bestas, munições, bombas de fabricação caseira e coquetel molotov.
"O professor de Educação Física chegou e abordou. Tinha também um policial à paisana que chegou lá na hora também e ajudou a imobilizar o rapaz junto com os outros professores", completa, aliviada. Ela foi orientada pela escola a fazer um boletim de ocorrência.
A mulher conta que recebeu um áudio do filho no qual ele gritava muito, falando que estava tendo um ataque na escola. "Dizia que havia um homem armado e que estava tentando matar todo mundo. Recebi esse áudio no meu trabalho, por volta das 14h40", relembra.
Ela foi até a escola e só se acalmou quando encontrou o garoto. Seu filho foi o primeiro aluno a ter tido contato com o rapaz. "Meu filho estava levando um material para a sala de biblioteca quando o bandido teve o primeiro contato com ele. Foi o primeiro aluno que ele teve contato", relata.
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Ela lembra que a escola de Jardim da Penha havia sido avisada de que seria alvo de um ataque. Essa ameaça fez que, durante algumas sextas-feiras, várias crianças ficassem sem ir para a unidade de ensino, conta ela.
Em junho desse ano, a Polícia Militar foi avisada sobre uma ameaça de atentado e intensificou o policiamento. Mas não é possível relacionar as mensagens à tentativa de atentado dessa sexta-feira.
Relembre o caso
Um jovem invadiu uma escola pública em Jardim da Penha, em Vitória, na tarde desta sexta-feira (19), portando uma mochila com arco e flechas, facas, três bestas, munições, bombas de fabricação caseira e coquetel molotov.
Em vídeos recebidos pela reportagem da TV Vitória/Record TV é possível ver agentes da Polícia Militar contendo o rapaz, que estava vestido inteiramente de preto, deixando-o imóvel no chão.
Em um trecho do registro, o jovem conta ter sido ex-aluno da escola e a motivação da entrada no local de forma criminosa. Ele também alega que haveria mais um cúmplice com bombas, que estaria por perto. "Fiz isso porque não gosto de vocês, tá entendendo? Eu não gosto de escola, acho que é uma instituição que aliena as pessoas. Vocês são uns nojentos ... (palavrões) e eu odeio vocês", disse.
Segundo informações da Prefeitura de Vitória, o suspeito tentou invadir a escola pelo portão e teve acesso negado pelo porteiro. O rapaz tentou forçar o portão a abrir, mas teve as tentativas frustradas pelo profissional na portaria.
Depois disso, o mesmo escalou a grade externa da escola, que dá acesso a um corredor de serviços. Após esse corredor, ele conseguiu acessar as dependências da unidade de ensino.
Desse portão, que dá acesso ao pátio, ele foi visto por servidores, que então foram se esconder. A Secretaria de Educação já fez uma vistoria técnica na unidade de ensino e, neste fim de semana, fará a instalação de uma concertina no portão do corredor de serviços.