VÍDEO: Adolescente é atacada e agredida por homem ao voltar da escola em Cariacica
Nas imagens, é possível ver o momento em que o homem se aproxima da menina e a empurra contra a parede
Uma adolescente de 11 anos foi atacada por um homem enquanto voltava da escola na última sexta-feira (17), no bairro Colina, em Cariacica. Nas imagens, registradas pelas câmeras de videomonitoramento de um imóvel, é possível ver o momento em que o homem se aproxima da menina e a empurra contra a parede.
A mãe da adolescente, Francine Pires, contou que mora na região há 24 anos e o homem já é um velho conhecido dos moradores do bairro. Segundo ela, a família alega que ele sofre de esquizofrenia e que não tem condições de arcar com um tratamento adequado, por isso permanece nas ruas.
"Eu moro aqui há mais de 20 anos e a gente tem ciência de que ele é doente, assim como a família também. Eles falam que não têm condições de ir atrás de um tratamento, mas enquanto isso a gente é que paga. Os relatos que temos é que ele também é agressivo com a mãe, com o pai e com todo mundo", conta.
Francine relatou ainda que, desde a agressão, a filha está em estado de choque e não quer mais sair na rua. Ela ia e voltava da escola a pé, já que é a instituição é próximo de casa. No entanto, o medo de ser vítima novamente alterou a rotina da adolescente.
"Ela voltava a pé da escola porque a distância é bem curta da nossa casa e sempre ia acompanhada de outras colegas. Esses dias até brincou que gostava de ir sozinha, que se sentia independente e agora vou ter que pagar uma van porque ela não quer mais sair na rua. Os danos que ela sofreu foram psicológicos e eu coloquei no Facebook porque precisamos buscar ajuda para interditar ele. Dessa vez foi com minha filha, mas pode ser com qualquer outra pessoa", destaca.
Na publicação feita por ela em uma rede social, ao menos cinco moradores da região afirmam conhecer alguém que também já foi perseguido pelo homem.
"Ele também correu atrás do meu filho semana retrasada. Ele estava voltando da escola e eu fico com medo porque não sei o que ele pode fazer", relata uma mulher no comentário.
Uma outra pessoa, que parece ser próxima da família, afirma que ele sofre de transtornos mentais e a reação que teve com a adolescente é devido às crises que enfrenta.
"Ele é conhecido, de uma família muito amável e realmente sofre de transtornos mentais. A família faz tratamentos nele, porém não tem muitos recursos para algo mais profundo e em épocas de crise passa por isso. Ele não é um homem mau, mas sofre com esse transtornos e sua família sofre junto. Peço e pedimos perdões apesar de que sabemos que não repara os danos, mas tenho certeza que a família estará cuidando para que não ocorra mais", contou.
Tratamento
Por meio de nota, a Prefeitura de Cariacica informou que o Programa de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do município atende o público de criança, adolescente, adulto e idoso que apresenta transtorno mental. O Programa de Saúde Mental, da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), realiza o atendimento psicossocial à pessoa em sofrimento psíquico e para participar e ser incluído é preciso que o paciente tenha encaminhamento de um médico da rede municipal (pediatra, no caso de crianças e adolescentes; e clínico geral, no caso de adultos).
Segundo a prefeitura, o atendimento é ofertado nas quatro unidades básicas de saúde do município de referência em saúde mental: Itaquari, Cariacica Sede, Santa Fé e Bela Aurora e de forma regionalizada e as unidades contam com equipes formadas por profissionais de psicologia e de serviço social. Após o encaminhamento, o paciente é acolhido e avaliado para o melhor tratamento, que pode englobar atendimento individual, em grupos ou oficinas terapêuticas.
A prefeitura destaca que o acompanhamento de transtornos mentais graves e o fornecimento dos medicamentos, são de competência da Secretaria de Estado da Saúde e o morador pode procurar atendimento psiquiátrico nos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps), gerenciados pelo Governo do Estado. Ressalta ainda que os casos de emergência deverão ser atendidos no Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC), a partir dos 14 anos.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça que a porta de entrada para o tratamento de pacientes com transtornos mentais é a Unidade Básica de Saúde, onde estes pacientes devem ser acompanhados. Os casos graves são encaminhados para o Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS), que é uma instituição destinada a acolher pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar e apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecendo-lhes atendimento médico e psicossocial.
A Sesa destaca que a internação deve ocorrer em último caso, conforme prevê o artigo 4º, da Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2011: ‘A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes’.