Relembre: Soldado da PM fere segurança e mata jovem em boate
Patrick Ramos Guariz se envolveu em confusão numa boate em Laranjeiras, na Serra, atirou contra um segurança, que foi ferido. Os tiros acertaram também a promoter Thalita do Carmo Pereira, de 19 anos, que acabou morta
O possível suicídio do policial militar Patrick Ramos Guariz, ocorrido na manhã deste domingo (19), na localidade de Amarelos, zona rural de Guarapari, é o trágico desfecho de um final de semana de confusão e violência envolvendo o PM, que era soldado lotado no 6º Batalhão.
Na madrugada de sábado, após uma discussão entre o policial e o segurança da casa de shows na saída da boate, Patrick acabou cometendo o assassinato da jovem Thalita do Carmo Pereira, de 19 anos.
Como aconteceu
A confusão começou dentro da boate. Segundo testemunhas, o soldado teria tentado retornar após ter pago a comanda e saído. O segurança não permitiu e teve início um bate boca. O militar deixou o local e voltou cinco minutos depois já disparando contra o portão da saída. Dois disparos atingiram o segurança e um acertou o queixo de Talita, que morreu na hora.
De acordo com o gerente do estabelecimento, Patrick deu entrada na boate armado, mas antes passou pelo procedimento de segurança necessário nestes casos e anotou o registro de militar e da arma em um livro de controle. O segurança ferido foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para o hospital Jaime Santos Neves, na Serra. Ele foi identificado como Hélio Soares Bastos Júnior, de 27 anos. Quem o conhece, afirmou que ele trabalha há bastante tempo na boate e que é tranquilo.
Policiais da Divisão de Homicídios estiveram no local para periciar o estabelecimento e recolher as imagens de videomonitoramento. Segundo o gerente, o circuito já foi entregue para a polícia. O corpo de Thalita foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória.
Perfil Thalita
De acordo com informações passadas pela família da vítima, a jovem tinha planos de retomar os estudos. Ela pretendia concluir o ensino médio, e havia tentado se matricular em uma escola na metade do ano, mas não conseguiu.
Talita morava com a avó no bairro Serrra Dourada 1. Lá, passou toda a infância e a adolescência. Era a segunda entre 4 irmãos. A jovem sempre frequentou a igreja, mas havia se afastado. Há 5 meses passou a trabalhar como promoter na boate, junto com a namorada. Talita fazia a divulgação de eventos e recepcionava os clientes.
Segundo a companheira, essa não foi a primeira vez que a jovem foi vítima da violência. Um ano atrás, Thalita foi atingida por uma bala perdida, dentro de um baile funk. Outros dois disparos acertaram de raspão.
Com a morte de Patrick, segundo o delegado Josafá da Silva, que atendeu ao caso da morte do soldado em Guarapari, o inquérito aberto para apurar o assassinato de Thalita será arquivado.