Norte-americana foi queimada viva pelo próprio marido em Cariacica, diz polícia
Segundo as investigações, Lena Nani Hokulani, de 36 anos, foi assassinada por Leonardo Domingos Mesquita após uma discussão por causa de um cachorro
A polícia concluiu que a diarista norte-americana Lena Nani Hokulani, de 36 anos, foi queimada viva pelo próprio marido. Leonardo Domingos Mesquita, de 44 anos, está preso desde o último dia 14. Lena foi encontrada morta, às margens da Rodovia do Contorno, na Serra, no dia 24 de julho deste ano.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Mulher (DHPM), delegado Janderson Lube, Leonardo disse, em depoimento, que o crime aconteceu após uma discussão que o casal teve por causa de um cachorro da vítima, que havia morrido.
Segundo as investigações, Lena acreditava que um parente do marido havia envenenado o animal. "A discussão foi por conta de um cachorro da vítima, que havia morrido, e a vítima apresentava um descontentamento em relação a isso, iniciando a discussão, segundo a versão dele, que resultou em uma discussão mais acalorada", ressaltou o delegado.
Durante a discussão, Leonardo teria empurrado a esposa, que bateu a cabeça e ficou desacordada. Acreditando que a mulher estava morta, o suspeito resolveu atear fogo no corpo dela.
"O leonardo afirma que empurrou a vítima e ela caiu. Em seguida, ele sai do local e retorna uma hora depois e ela continua caída. Ele, na versão dele, acreditando que ela estivesse morta, coloca o corpo no porta-mala, enrolado num lençol, compra gasolina, leva o corpo até o local onde ele foi encontrado e ateia fogo no corpo da vítima, que, segundo o exame cadavérico, ainda se encontrava com vida", destacou Lube.
Desaparecimento
Ainda de acordo com as investigações, após o crime o suspeito chegou a registrar um boletim de ocorrência, informando sobre o desaparecimento da esposa. Além disso, ele teria queimado também alguns objetos pessoais de Lena, na tentativa de forjar a versão de que ela havia desaparecido ao sair para trabalhar.
"Essa versão dele, ao que nos parece, é inverdade e mostra uma pessoa que, diante de uma situação, realizou um planejamento para se furtar da responsabilidade penal pelo crime praticado", frisou o delegado.
Janderson Lube admite que teve dificuldades na conclusão do inquérito que apurou o crime, justamente pelo fato de não haver um histórico de brigas entre o casal. O inquérito tramitou sob sigilo e já foi concluído pela Polícia Civil.
Prisão
Leonardo foi preso em casa, no bairro Vila Prudêncio, em Cariacica, no dia 14 deste mês. Contra ele, havia um mandado de prisão temporária. Com a conclusão do inquérito, a Polícia Civil agora vai solicitar a prisão preventiva do suspeito, para que ele fique preso por tempo indeterminado. O suspeito está no Centro de Triagem de Viana.
"Ele foi indiciado no homicídio qualificado pelo meio cruel, ao atear fogo na vítima, que ainda estava com vida, e a qualificadora do feminicídio, que foi em razão da convivência doméstica. Além disso, ele foi indiciado pelo crime de fraude processual, ao registrar uma ocorrência de desaparecimento e destruir objetos da vítima para sustentar essa versão, e também pela ocultação de cadáver, já que gerou a destruição do cadáver da vítima", explicou Janderson Lube.
Leonardo e Lena moravam juntos em uma casa em Vila Prudêncio, junto com outros familiares. Os dois estavam juntos há cerca de dois anos e tiveram um filho, atualmente com 1 ano de idade.