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Polícia

Após filho, nora de ciclista morto no Sul do ES também é presa

Foi evidenciado que a suspeita, de 20 anos, havia mentido sobre a gravidez, bem como tentado influenciar no depoimento de testemunha da sogra

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução Instagram
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Após ter sido encontrado o corpo que pode ser do ciclista Duramir Monteiro Silva, de 56 anos, que havia desaparecido desde o último dia 28 em Cachoeiro de Itapemirim, o filho, que confessou ter matado e queimado o corpo do próprio pai, foi detido. 

Nesta terça-feira (05), a companheira do suspeito, nora de Duramir, e suposta co-autora do assassinato, também foi detida em cumprimento de mandado de prisão temporária, em um hotel no bairro BNH, no mesmo município.

De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cachoeiro de Itapemirim, delegado Felipe Vivas, após as diligências realizadas nesta manhã (05), foi evidenciado que a suspeita, de 20 anos, havia mentido sobre a gravidez, bem como tentado influenciar no depoimento de testemunha da sogra. “Em razão disso, sua prisão se tornou imprescindível para a investigação policial”, disse o delegado.

Foto: Divulgação / Polícia Civil
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A suspeita não resistiu a prisão e foi encaminhada à 7ª Delegacia Regional de Cachoeiro, onde foi dado cumprimento ao mandado de prisão temporária. Após os procedimentos de praxe, ela foi encaminhada ao Centro Prisional Feminino de Cachoeiro de Itapemirim.

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Filho tinha sido adotado há 24 anos

O filho suspeito de matar Duramir Monteiro Silva, de 56 anos, ciclista e motorista de aplicativo conhecido na região de Cachoeiro de Itaperirim, havia sido adotado pela vítima há cerca de 24 anos. A informação foi transmitida ao delegado Felipe Vivas, da 7ª Delegacia Regional do município. 

O corpo que pode ser de Duramir foi localizado nesta segunda-feira (04) e passou por exame de DNA, no Serviço Médico Legal (SML) da localidade, para confirmar a identidade.

Foto: Divulgação / Polícia Civil

Além do rapaz, a companheira dele também teria sido responsável pelo assassinato. Juntos, teriam esfaqueado o ciclista, enrolado o corpo em um lençol, em um tapete e em um edredom e o levado para uma propriedade rural. Segundo Vivas, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (05), o casal jogou o cadáver uma fossa seca, onde foi ateado fogo.

“Depois que o enrolaram, o colocaram no porta-malas do carro, passaram em um posto de gasolina, compraram combustível com o cartão da vítima, seguiram para uma propriedade rural dessa menina. Lá retiraram o corpo, colocaram em uma fossa seca - que vamos apurar se foi cavada para o crime - jogaram três litros de gasolina no corpo, atearam fogo, esperaram o fogo baixar, jogaram mais combustível e fogo e, ao amanhecer, com a fumaça alta, apagaram o fogo e voltaram para Cachoeiro. Lá pararam em uma padaria para tomar café. Foi tudo de uma frieza surreal”, contou.
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Para tentar esconder as marcas do crime na casa onde as facadas aconteceram, o casal passou a limpar o local com cloro e alvejante, usando inclusive escova de dentes. 

Divulgação / Polícia Civil
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“Mas sem sucesso, fizemos perícia e acusou sangue praticamente na casa toda. Representamos pela prisão e ele já está preso. Também pedimos por busca e apreensão na casa. Foram encontrados R$ 20 mil em espécie na casa, além de um fardamento da Polícia Civil, com distintivo, algema, pistola airsoft, coturno e roupa tática. Vamos verificar o porquê disso”, acrescentou o delegado.

Também em coletiva, Felipe Vivas informou que a ex-esposa do motorista de aplicativo, mãe do suspeito, morava no mesmo local que os envolvidos, em uma residência que era dividida ao meio. 

“Ela percebeu algo estranho no dia do crime e fez chamada de vídeo. Mas o filho dissimulou o que estava acontecendo, dizendo que estava tudo bem, tinha até som alto. A partir daí, o casal ficou vários dias limpando a casa, sem parar, para que ninguém percebesse nada”, disse.

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A motivação teria sido suposto assédio sexual

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Segundo alegação do filho da vítima, que confessou ter cometido o crime junto à companheira, a motivação do assassinato teria sido um suposto assédio, com conotação sexual, à noiva gestante.

“Eles alegam que a motivação foi o Duramir ter tentado agarrar, com finalidade sexual, a companheira desse rapaz. Mas nós vamos ainda apurar se procede ou se tem outra motivação, sobretudo com cunho patrimonial. Há várias contradições e uma frieza surreal neste caso”, disse a autoridade policial.

Uma das questões que chamam à atenção é que a vítima desapareceu ainda no dia 28 de junho e apenas no dia 1º de julho o desaparecimento foi noticiado.

“Esse rapaz e a companheira residiam com o senhor Duramir. A iniciativa de informar sobre o desaparecimento foi da irmã, então isso já causou estranheza. O rapaz e a companheira narraram, inicialmente, que saíram de casa no dia 29 porque a jovem estaria passando mal por conta da falsa gestação. Então teriam ido à Santa Casa, depois a uma farmácia e depois para um bar. Já quando foram ouvidos nesta segunda (04), os confrontamos dizendo que iríamos levantar imagens, e já mudaram o discurso, falando que não era aquilo que tinha acontecido no dia”, narrou o delegado.

Ao terem mudado a versão dos fatos, o suspeito passou a dizer que o crime foi cometido porque o pai teria tentado “agarrar a noiva dele”. A partir de então, a jovem teria golpeado o sogro, e o filho a teria apoiado com outros golpes.

Indiciamento

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Pelos crimes, o casal deverá responder, segundo a autoridade policial, por homicídio doloso qualificado por meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além da destruição do cadáver.

O corpo da vítima foi levado para o Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim e já foi feita a coleta de DNA de um familiar, para confirmar que o cadáver é mesmo do ciclista. O resultado do exame deve sair em aproximadamente 30 dias.

Entenda

A Polícia Civil localizou na última segunda-feira (4), em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, um corpo que pode ser do ciclista e motorista de aplicativo Duramir Monteiro Silva, de 56 anos, desaparecido há quase uma semana. Embora a família tenha afirmado que o corpo é do homem, a polícia esclareceu que só é possível confirmar após o resultado do exame de DNA.

Segundo uma das irmãs de Monteiro, que não se identificou, ele voltou para casa à noite, na última terça-feira (28), após um passeio de bicicleta em grupo, tomou banho, jantou e não foi mais visto. Ele desapareceu na região do bairro Monte Cristo, onde morava com o filho.

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