Carioca é preso em Vila Velha suspeito de aplicar golpes em empresas do Espírito Santo
A Polícia Civil acredita que Marcus Fernandes Brandão, de 56 anos, faça parte de uma organização criminosa do Rio de Janeiro especializada nesse crime
Um homem foi preso em flagrante, na noite de quarta-feira (25), em Vila Velha, suspeito de aplicar golpes em empresas do Espírito Santo. A Polícia Civil acredita que Marcus Fernandes Brandão, de 56 anos, faça parte de uma organização criminosa do Rio de Janeiro especializada nesse tipo de crime. Pelo menos dez empresas já teriam sido vítimas do suspeito.
Marcus foi detido por policiais da Delegacia Especializada em Defraudações e Falsificações (Defa) próximo ao hotel onde estava hospedado, em Itaparica. No quarto dele, a polícia encontrou documentos e anotações referentes aos golpes que ele teria praticado.
"A gente acredita que ele é integrante de uma associação criminosa do Rio de janeiro, que vem para o Espírito Santo apenas para aplicar golpes. Ele fica por aqui umas duas semanas, volta para o Rio e depois volta para cá e aplica novos golpes", disse a titular da Defa, delegada Rhaiana Bremenkamp.
Para a polícia, Marcus confessou os crimes e disse que havia comprado um "kit estelionato", que incluía os dados das vítimas, cartões de CNPJ e telefones. "Esse kit vem com todos os dados dessas empresas vítimas, chip de celular cadastrado no nome do proprietário da empresa vítima e um caderno com todos os nomes das vítimas daqui com quem ele deveria fazer essas compras. Mas a gente acredita que ele realmente faz parte dessa associação criminosa e que, de vez em quando, muda de rosto. Cada hora um integrante vem até aqui, aplica os golpes, volta para o Rio e assim devem estar fazendo também em outros estados", frisou a delegada.
Todas as vítimas do suspeito, identificadas até o momento pela Polícia Civil, são empresas registradas no Espírito Santo ou com representação no Estado. Segundo as investigações, Marcus comprava produtos alimentícios, como cereais, bebidas, carnes e laticínios, usando dados de empresas reais, obtidos de forma ilegal. As vítimas são tanto as empresas que venderam para o suspeito quanto as que tiveram os dados utilizados ilegalmente.
"Ele atua utilizando o nome de várias empresas com cadastros existentes. Ele entra em contato com outras empresas capixabas, faz diversos cadastros e compras de gêneros alimentícios, principalmente de frios. Ele aluga um ponto, recebe todos esses produtos e, depois que ele recebe, fica duas semanas e dá o golpe em outras empresas. Depois ele muda de ponto e essas empresas ficam com o prejuízo. E a pessoa de quem ele utilizou o nome também sai no prejuízo", explicou Rhaiana Bremenkamp.
Segundo a delegada, Marcus não pagava pelas compras e revendia os produtos. "A gente ainda está apurando se ele tinha algum receptador específico para elas", completou.
Ponto comercial
A polícia recebeu uma denúncia sobre a atuação do suspeito no Espírito Santo e chegou até um ponto comercial, que ele teria alugado para receber as mercadorias. Os policiais fizeram uma campana e viram um caminhão se aproximando e um rapaz indo até ele para receber a mercadoria.
Ao ser abordado, o rapaz explicou que tinha sido contratado por Marcus para receber as entregas e avisá-lo assim que elas chegassem. O rapaz informou ainda que o suspeito não estava no local. Os policiais então conseguiram o nome do hotel onde Marcus estava hospedado e foram até ele.
O suspeito foi encontrado na rua, perto do hotel, junto com a esposa. Ela se assustou com a aproximação dos policiais e tentou correr, mas logo o casal foi abordado. A mulher foi liberada em seguida, mas Marcus foi preso em flagrante por estelionato, receptação e associação criminosa. O suspeito é casado, pai de três filhos e, segundo a polícia, não tinha passagens anteriores pela Justiça.