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Polícia

Policial vira réu por morte de músico em prédio em Vitória

Guilherme Rocha foi assassinado a tiros durante uma confusão por som alto no condomínio em Jardim Camburi no dia 17 de abril deste ano

Redação Folha Vitória

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Foto: Sesp / Arquivo Pessoal
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A juíza Lívia Regina Savergnini Bissoli Lage, da 1ª Vara Criminal de Vitória, aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) e decretou a prisão preventiva do soldado da Polícia Militar Lucas Torrezani de Oliveira na última quinta-feira (15).

O mandado acontece dois meses depois da morte do músico Guilherme Rocha, de 37 anos, que ocorreu em um condomínio do bairro Jardim Camburi, em Vitória. De acordo com informações da Polícia Militar para a TV Vitória/ Record TV, a vítima foi morta após reclamar com o vizinho sobre o som alto.

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Segundo o processo, Rocha chegou a conversar com o denunciado para encerrar a festa no hall do prédio. Por volta das 2 horas, o músico novamente pediu para que o tom das conversas diminuíssem, porque a família não conseguia dormir, mas não foi atendido.

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O processo relata que, às 3 horas, a vítima saiu do apartamento pedindo que as pessoas deixassem o local. Foi nesse momento que o policial militar sacou a arma de fogo e intimidou o músico dizendo: “Eu sou PM, o que você vai fazer?”.

"O denunciado Lucas, com a arma de fogo em punho na mão direita e uma bebida alcoólica na mão esquerda, se aproximou da vítima e projetou o cano da arma por duas vezes em direção ao tórax dela, e em seguida bateu o cano da arma no rosto de Guilherme", diz um trecho do documento.

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A vítima tentou se defender indo em direção à arma, mas foi empurrado e perdeu o equilíbrio. 

"Aproveitando-se da condição de vulnerabilidade da vítima, o acusado Lucas efetuou um disparo de arma de fogo contra ela, provocando-lhe as lesões que foram a causa suficiente para sua morte", informa o processo.

De acordo com a magistrada, a forma de execução do crime demonstra que o acusado não tem um mínimo de compaixão humana. No dia seguinte ao crime, ele se manifestou em um grupo de WhatsApp demonstrando total desapego à vida da vítima dizendo “ele queria dormir, agora dormiu”.

Vídeo mostra momento que PM atira em músico

O crime aconteceu em 17 de abril e foi registrado por câmeras de segurança do condomínio. Nas imagens, é possível ver o momento em que Guilherme entra no hall do prédio onde morava. Lucas e um amigo faziam uma festa no local.

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No vídeo, a vítima e o suspeito aparecem discutindo e, logo depois, começam a se empurrar. O policial pega a arma e atira em Guilherme, que se escora em uma parede e cai. Depois de atirar no músico, o policial ainda aparece bebendo.

Polícia Civil fez a reconstrução da morte do músico

Em 10 de maio, os policiais civis que investigam o crime voltaram ao condomínio em que o rapaz foi morto para fazer a reconstituição das versões apresentadas à polícia.

As ruas no entorno do condomínio onde o crime ocorreu ficaram interditadas. A área foi isolada e uma equipe de, pelo menos 50 pessoas, trabalhavam no local para tentar entender todos os detalhes do caso.

Lucas Torrezani chegou a ser ouvido após o crime, mas em um primeiro momento, foi liberado porque, segundo a polícia, apresentou uma versão de legítima defesa e não havia detalhes sobre o crime.

Horas depois, após as imagens das câmeras de segurança serem entregues à polícia, o delegado pediu a prisão do soldado, que está preso temporariamente no Quartel da PM em Vitória. Ele foi convidado para participar da reconstituição, mas, de acordo com a polícia, optou por não comparecer.

O outro lado

Por meio de nota, a Defesa de Lucas Torrezani de Oliveira esclareceu que 

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"ainda não foi intimada da decisão judicial. Entretanto, restou provado ao longo do Inquérito Policial que o aludido não colocará em risco o andamento do processo, tendo em vista que no atual cenário não se encontram presentes os requisitos da prisão preventiva insculpidos no artigo 312 do Código de Processo Penal.

Tal decisão será combatida no intuito de demonstrar que não há fundamentos para se sustentar uma segregação prisional, e espera-se que o Judiciário faça essa reparação.

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Cabe ressaltar que a presente ação se encontra na fase embrionária e no momento oportuno será esclarecida a realidade dos fatos. Todas as medidas serão tomadas para esclarecimento da verdade"

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