Mais de 50 detidos durante a Operação Cronos no Espírito Santo
Objetivo da ação, que aconteceu em 21 estados e no DF, foi cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra autores de homicídio e feminicídio
A segunda fase da Operação Cronos, realizada nesta terça-feira (28), terminou com 52 pessoas detidas em todo o Espírito Santo, segundo informações da Polícia Civil. Entre os detidos, há sete adolescentes. Além disso, 44 mandados de busca e apreensão foram cumpridos ao longo do dia.
Dos 45 presos, 36 foram por cumprimento de mandados de prisão - dez por homicídio e 26 por outros crimes, como porte ilegal de arma, tráfico de drogas e estupro. Os outros nove foram presos em flagrante.
Os trabalhos tiveram início por volta das 6 horas. "A nossa Polícia Civil madrugou nas ruas com o objetivo principal de prender homicidas. O resultado foi positivo porque nós prendemos 45 indivíduos maiores de idade e sete adolescentes infratores. Desse quantitativo, foram dez homicidas a menos nas ruas", destacou o superintendente de Inteligência e Ações Estratégicas (SIAE) da PCES, delegado João Calmon.
O objetivo da Operação Cronos foi cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra autores de homicídio e feminicídio. No entanto, no Espírito Santo nenhum suspeito de feminicídio foi preso ao longo do dia.
"A captura saiu para prender, mas nem sempre a caça é encontrada, nem sempre você encontra aquela pessoa que você está na busca de capturar. Isso é normal no nosso trabalho. Mas essas prisões estão sendo feitas também durante todo início do ano. Se formos contar as operações que já realizamos da Polícia Civil, já temos mais de 80 presos em razão de homicídios e feminicídios", ressaltou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
A operação também resultou na apreensão de dois revólveres, pouco mais de um quilo de maconha, cerca de um grama de haxixe, um carro, dez celulares, seis computadores e outros 57 objetos. Participaram da ação no Espírito Santo 225 policiais civis e 81 viaturas.
Operação nacional
A ação aconteceu simultaneamente em 21 estados do Brasil e no Distrito Federal e resultou em 968 prisões e apreensões em todo o país. Coordenada pelo Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil (CONCPC), ela acontece de forma integrada e conta com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
"As operações são coordenadas pelo CONCPC. Vamos ter ainda mais quatro edições, agora não mais de homicídios, mas de outros crimes", frisou Arruda.
De acordo com a Polícia Civil, o nome da operação - na mitologia grega, Cronos é considerado o deus do tempo - origina-se na ideia de que a vítima tem seu tempo de vida reduzido pela mão do autor do homicídio/feminicídio. "Ao mesmo tempo, com a prisão do autor de homicídio e feminicídio, retiramos dele o 'tempo' de prática de novos delitos, a vida de novas vítimas deixam de estar em contagem regressiva", esclarece a Polícia Civil.
Primeira fase
A primeira fase da operação aconteceu em agosto do ano passado, quando 85 pessoas foram presas e cinco adolescentes apreendidos no Espírito Santo. Na ocasião, mais de 2,6 mil pessoas foram presas em todo Brasil. Além disso, foram apreendidos 341 adolescentes.
Segundo o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil divulgou à época, 42 pessoas foram presas por feminicídio; 404 por homicídio; 289 presos por crimes relacionados à Lei Maria da Penha; 640 foram autuadas em flagrante por posse ou porte irregular de arma de fogo, tráfico de drogas e outros crimes; e outras 1.252 pessoas foram detidas em decorrência de mandados de prisão expedidos por outros crimes.
Também durante a primeira fase da operação, foram apreendidas 146 armas de fogo e aproximadamente 383 quilos de entorpecentes, como maconha, cocaína e crack. Mais de 7,8 mil policiais civis de todo o país participaram das ações.