Caso irmãos mortos carbonizados: Georgeval Alves vai a júri popular
Já Juliana Sales, esposa de Georgeval Alves, foi absolvida. Ainda não há data para o júri popular.
Georgeval Alves, pai de Joaquim Alves, de 3 anos, e padrasto de Kauã Salles Butkovsky, de 6 anos, vai a júri popular. A decisão é do juiz responsável pelo caso, André Bijos Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares. Georgeval vai responder por homicídio duplamente qualificado, estupro de vulneráveis e tortura. O pai dos meninos foi absolvido do crime de fraude processual. O juiz também negou a revogação da prisão preventiva, não permitindo que Georgeval recorra da decisão de pronúncia em liberdade.
Já Juliana Sales, esposa de Georgeval e mãe de Joaquim e Kauã, foi absolvida pelo magistrado. Segundo a decisão, "não existem indícios suficientes de autoria ou de participação da mãe das crianças em relação aos crimes de estupro de vulneráveis e homicídio simples, na forma omissiva". Ela também foi absolvida do crime de fraude processual.
Os irmãos Joaquim e Kauã, de 03 e 06 anos, respectivamente, foram mortos carbonizados no dia 21 de abril do ano passado, na residência onde moravam com a família, em Linhares. Segundo a Polícia Civil, Georgeval Alves estuprou, agrediu e queimou as crianças ainda vivas. Juliana Sales não estava em casa no dia do crime, mas foi acusada de omissão pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
Confira os principais trechos da decisão do juiz:
- Estupro
Na decisão, o juiz ratifica o estupro cometido por Georgeval. "Também verifico indícios de autoria quanto ao crime de estupro de vulneráveis, já que foi detectada a substância PSA (Antígeno Prostático Específico) nas amostras swab anal de ambas as vítimas Joaquim e Kauã".
Segundo o juiz, uma das testemunhas, o médico legista Wanderson Lugão, afirmou em depoimento: "foi detectado nas duas vítimas com análise do swab anal a presença de PSA, o que é indicativo de coito anal".
- Tortura
Segundo o juiz, foi encontrado sangue da vítima Joaquim no interior da casa. Além disso, ambas as vítimas, segundo o magistrado, estavam vivas durante o incêndio, coincidindo com a manifestação do MPES de que as crianças estavam desacordadas no momento do incêndio.
- Juliana Sales
O juiz André Bijos Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares, decidiu pela impronuncia da mãe dos irmãos mortos carbonizados. Com isso, ela não vai a júri popular.
O magistrado cita ainda na decisão a postura amorosa de Juliana com os filhos.
- Fraude processual
O juiz responsável pelo caso absolveu Georgeval e Juliana do crime de fraude processual.