Adolescente morta em arrastão mudou para Guarapari para fugir da violência no Rio
Ana Beatriz Frade, de 17 anos, havia viajado para a capital fluminense para passar o Dia das Mães com a família, mas foi assassinada a caminho do aeroporto
A estudante Ana Beatriz Frade, de 17 anos, assassinada durante um arrastão no Rio de Janeiro, na manhã do último sábado (07), teria se mudado para Guarapari justamente para fugir da violência da capital fluminense. A informação é de pessoas próximas à jovem, que morava no Espírito Santo com os avós há mais de cinco anos.
Ana Beatriz havia viajado para o Rio de Janeiro, um dia antes do crime, para fazer uma surpresa para a mãe, que chegava de viagem. A jovem pretendia buscá-la no aeroporto para que as duas passassem juntas o Dia das Mães. No entanto, a adolescente foi morta a caminho do Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador.
Comoção em escola de Guarapari
Quem conviveu com a menina no colégio, durante os três anos em que ela estudou no local, tem ótimas recordações. "Ana Beatriz era uma pessoa alegre, que transmitia alegria. Era uma pessoa que você gostava de estar perto dela, uma pessoa que gostava de interagir. Era uma liderança na sala", contou o amigo Aerton Batista.
Os professores também não pouparam elogios para a aluna. Todos foram unânimes em diz que Ana Beatriz era um exemplo a ser seguido. "Ela era uma menina muito tranquila. Respeitava os professores, os colegas e estudava bastante também. Era um amor de pessoa", contou o professor de física, Vinícius Merçon.
Amigos e professores disseram ainda que a morte da adolescente pegou todos de surpresa na escola. "Foi um choque! Eu estava com um grupo de amigos, que são professores também, e um deles perguntou 'você conhece?'. Quando eu vi, falei 'caramba!'. Foi muito triste", disse o professor de química, Ronny Santana.
Detidos
No domingo, três suspeitos de participação no crime, sendo dois adolescentes de 17 anos, foram detidos pela 44ª Delegacia de Polícia, em Inhaúma, na zona norte do Rio. De acordo com o delegado Fábio Salvadoretti, responsável pelas investigações, os dois menores disseram que os disparos foram efetuados por Douglas Paiva Santos Ventura da Silva, de 18 anos, que também foi detido.
Segundo a polícia, Douglas confessou que atirou na jovem. Ele teve a prisão decretada pela Justiça por latrocínio - roubo com morte.
Segundo a polícia, o suspeito foi reconhecido por uma das motoristas roubadas no arrastão - uma policial militar que não teve o nome divulgado. A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que ainda realiza outras diligências para verificar se há outros envolvidos no crime.
Enterro
O corpo de Ana Beatriz foi enterrado no início da tarde de domingo, no município de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, onde mora o pai. Durante o velório, parentes e amigos tentavam confortar a mãe da menina, que estava inconsolável.