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Polícia

"Tenho certeza de que eles serão condenados", diz pai de juiz assassinado sobre mandantes

Alexandre Martins de Castro se diz angustiado por conta da demora do julgamento dos acusados de mandarem matar Alexandre Martins de Castro Filho, em 2003

Redação Folha Vitória
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Alexandre de Castro disse sentir angústia com a demora do julgamento, mas está confiante de que os acusados de serem os mandantes do crime serão condenados Foto: TV Vitória

Angústia. Esse é o sentimento de Alexandre Martins de Castro, pai do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, assassinado a tiros no dia 24 de março de 2003. Ele diz que, mesmo com a proximidade de uma possível condenação dos acusados de mandar matar o filho, depois de 12 anos, a espera lhe trouxe muito sofrimento.

"Me sinto angustiado por ter que esperar tanto tempo para que a justiça seja feita. Esse caso era para ter sido julgado com rapidez, dada a importância da vítima e da notoriedade dos acusados, que são figuras conhecidas no Espírito Santo. Espero que dessa vez eles não usem outros artifícios para adiar ainda mais o julgamento", declarou Alexandre.

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O julgamento de dois dos três apontados pelas investigações como mandantes de matar o juiz está marcado para começar às 13 horas da próxima segunda-feira (25), no Salão do Júri do Fórum da Prainha, em Vila Velha. Estarão no banco dos réus o coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, o coronel Ferreira, e o ex-policial civil e empresário do ramo de mármore e granito, Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calú. 

Apesar da angústia trazida pelos 12 anos de espera, o pai do juiz assassinado diz ter certeza que, enfim, a justiça será feita. "Tenho certeza de que eles serão condenados. Espero que, depois de 12 anos, a justiça capixaba dê uma resposta à sociedade com uma condenação exemplar aos acusados, para que esse tipo de coisa não volte a acontecer. Eles não estão sendo acusados de matar uma mosca, uma formiga ou qualquer outro inseto, mas um juiz muito competente e que faz para da história do Espírito Santo", protestou.

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O outro apontado como mandante do assassinato de Alexandre Martins de Castro Filho é o juiz aposentado Antônio Leopoldo Teixeira, que ainda aguarda a tramitação de recursos junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo ainda sem prazo para que o acusado vá a julgamento, Alexandre de Castro ainda acredita em sua condenação.

"Ele vai fugir desse julgamento até quando ele puder. Mas uma hora não vai ter mais jeito. Ele vai ser julgado e também será condenado", disse.

O crime

Alexandre Martins foi assassinado em 2003, quando comandava investigações contra o crime organizado Foto: TV Vitória

Alexandre Martins de Castro Filho foi assassinado na porta de uma academia de ginástica em Itapoã, Vila Velha. Na época, ele comandava investigações contra o crime organizado no Espírito Santo.

Os executores do crime - Odessi Martins da Silva, o Lumbrigão, e Giliard Ferreira de Souza - foram presos, julgados e condenados a mais de 24 anos de prisão. No entanto, Giliard conseguiu o direito de cumprir o restante da pena em liberdade e deixou o presídio. Já Lumbrigão cumpre pena em regime semiaberto.

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Também foram condenados, como intermediadores do crime, os sargentos Heber Valêncio e Ranilson Alves da Silva; Fernandes de Oliveira Reis, o "Cabeção"; André Luiz Barbosa Tavares, o "Yoxito"; e Leandro Celestino dos Santos, o "Pardal". Desses, apenas Cabeção continua preso. Os demais já foram soltos ou cumprem pena em liberdade.

Durante todos esses anos, o processo se arrastou nos tribunais do Espírito Santo porque, além dos inúmeros recursos apresentados pela defesa dos acusados de serem os mandantes do crime, nove juízes foram considerados impedidos de julgarem o caso. Eles alegaram ter algum tipo de relação com uma das partes - ou réu ou vítima - e, por esse motivo, o julgamento poderia ser considerado sem validade.

Quem presidirá o Tribunal do Júri marcado para a próxima segunda-feira será o juiz Marcelo Soares Cunha. Segundo o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), a estimativa é que esse julgamento dure aproximadamente cinco dias.

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