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Polícia

Suspeita de maltratar cães em Guarapari paga consulta e recupera animal

Mesmo investigada pela Polícia Civil após ser flagrada em um vídeo espancando um cão, aposentada permanece com os animais sob sua tutela

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução
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Vídeo viralizou e revoltou internautas ao mostrar uma aposentada, moradora de um condomínio de luxo na Praia do Morro, em Guarapari, espancando um cachorro

Depois de uma equipe especializada atender a uma denúncia de maus-tratos a animais indo à casa de uma moradora num condomínio de luxo em Guarapari, a mulher, considerada suspeita, pagou pelo atendimento veterinário aos cães e obteve novamente a tutela deles. Ela é aposentada e não teve o nome divulgado.

O caso segue sob investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus-Tratos Contra os Animais da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) e da 5ªDelegacia Regional da Polícia Civil em Guarapari.

Num vídeo que viralizou nas redes sociais, causando muita revolta entre os internautas, a mulher aparece sentada, de costas, dando vários tapas e socos num cachorro, que não para de gemer em desespero. 

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"Para com isso, desgraça", ela diz durante a agressão. Outra mulher, que também está com um cachorro, presencia o crime. No final, é possível ouvir ela comentar: "Não estou aguentando mais não". 

As imagens provocaram abertura de uma denúncia na CPI dos Maus-Tratos da Ales, que resolveu acionar a Polícia Civil e os agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura de Guarapari. Na última terça-feira (12), uma força-tarefa formada por integrantes desses órgãos, foi até a residência da mulher, na Praia do Morro. 

LEIA TAMBÉM: Cachorro espancado: polícia investiga se outros cães sofriam maus-tratos em Guarapari

Segundo a assessoria da deputada estadual Janete de Sá (PSB), que preside a CPI dos Maus-Tratos, não havia situação que comprovasse flagrante delito ou sinais de maus-tratos, embora a mulher em questão siga sob investigação da CPI. 

Além disso, a equipe afirmou que não há qualquer prova de que o animal que se ouve chorar no vídeo em questão seria um dos que estava na casa.

Foto: Reprodução redes sociais
Um spitz alemão foi encontrado na casa da suspeita em Guarapari com alopécia
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No local, a CPI encontrou dois cachorros da raça spitz alemão. Um deles sofria de alopécia, condição que causa a queda dos pelos do animal. 

A assessoria explicou, por meio de nota, que como não foi possível comprovar se a doença do cachorro foi por conta de maus-tratos, ou negligência, o animal foi levado para um veterinário isento para dar um laudo sobre o caso.


 "A tutora pagou pela consulta e na próxima terça-feira (26) a CPI vai ter acesso ao laudo. Enquanto isso, os animais vão ser acompanhados pela equipe do Centro de Zoonoses de Guarapari. Apesar dos animais continuarem sobre responsabilidade da tutora, isso não isenta a mesma de responder por crime de maus-tratos caso haja comprovação", reforçou. 

A CPI pediu à Polícia Civil instauração de um inquérito policial que se encontra em andamento.

Procurada pela reportagem, o Centro de Zoonoses de Guarapari confirmou que a mulher está com os animais. O CCZ foi questionado se ela poderia ficar com os cães mesmo sob suspeita de maus-tratos. 

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O órgão disse que ela ficará com o animais "até que a Justiça verifique a situação das acusações". Frisou que ela prestou depoimento à Polícia Civil e que acompanha o caso.

A Polícia Civil preferiu não divulgar atualizações sobre as investigações.

Canais para denunciar maus-tratos

Denúncias envolvendo maus-tratos contra animais podem ser enviadas para a CPI por meiio do e-mail [email protected].

O crime de maus-tratos contra cães e gatos prevê pena de prisão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda do animal, conforme dispõe a Lei 14.064/2020.

Denúncias de maus-tratos a animais também podem ser feitas junto à Polícia Civil de forma anônima pelo Disque-Denúncia 181, que também possui um site onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas, o disquedenuncia181.es.gov.br. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas.

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