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Polícia

Praia de Guarapari, onde jovem teve a barriga aberta, não passou por perícia

A Polícia Civil informou que, quando os agentes chegaram ao local, não havia mais vestígios do crime; Samu, Polícia Militar e curiosos estiveram na praia antes

Redação Folha Vitória
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Foto: @terracapixaba
Fato aconteceu na Praia do Ermitão, em Guarapari
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O inquérito sobre o caso do jovem que teve a barriga aberta em Guarapari foi concluído no final de março, mas a Polícia Civil só revelou detalhes na manhã desta quarta-feira (27). A investigação foi considerada "complexa e difícil de se fazer".

De acordo com a Polícia Civil, a Praia do Ermitão, onde ocorreu o crime, não passou por perícia. Isso porque quando os investigadores estiveram no local, não havia mais vestígios do crime. 

"O local não chegou a ser periciado. A polícia tomou conhecimento, praticamente, dois dias após o fato. Quem chegou primeiro ao local foi o Samu, que se preocupa em salvar as vidas. Depois, outras pessoas ficaram sabendo e foram até o local por curiosidade", informou o delegado-geral da PC, José Darcy Arruda.

"Quando chegamos, não foram encontrados nenhum vestígio, nenhuma mancha e nenhum instrumento usado para praticar o corte no rapaz. O que sabemos é o que está no prontuário médico, de que o rapaz teve um corte grotesco no local", completou o delegado.

Segundo o titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari, delegado Franco Malini, dois fatos levaram a polícia a chegar a conclusão de que foi a estudante Lívia Lima Simões Paiva Pedra, de 20 anos, a responsável pelo corte na barriga do rapaz: o fato de não haver mais ninguém no local e marcas existentes nas mãos da jovem, que indicam que ela realizou ataques.

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"Um dos elementos que nos levaram a concluir que a moça tinha envolvimento com o fato foi uma ligação com a mãe. Ela tinha combinado que chegaria em um determinado horário e a mãe começou a procurá-la, entrando em contato por telefone. Por volta de 2h20, ela atendeu a ligação da mãe e, segundo ela, só foi possível escutar a voz da filha. Em alguns momentos, a mulher ouviu o rapaz falando 'Praia do Ermitão', que foi como ela conseguiu deduzir o local que eles estavam", explicou o delegado Malini.

"Essa investigação não poderia ser baseada em provas testemunhais, pois apenas duas pessoas estavam no local: o autor e a vítima. Pela investigação, nenhum dos dois é obrigado a colaborar com as investigações e eles disseram que não se lembram do que ocorreu", completou.

Malini ainda destacou que as lesões encontradas nas mãos da jovem são típicas de ataques, além dos cortes. Isso aponta que ela pode ter realizado os ataques e realizou o corte na barriga.

O delegado que investigou o fato afirmou ainda que os dois relataram à polícia que tiveram alucinações pelo uso de uma droga que chamaram de "quadradinho". Em depoimento, o casal não contou onde conseguiu a droga, o que impediu a polícia de identificar qual era a substância.

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"Eles relatam que tiveram alucinações pelo uso da droga, mas falam que não se recordam do que aconteceu, apenas que beberam vinho, usaram droga e perderam a consciência. Ao retornarem à consciência, o rapaz já estava com a barriga cortada", disse o delegado. 

MPES denunciou namorada de jovem na última semana

No último dia 20 a Justiça aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) contra a estudante Lívia Lima Simões Paiva Pedra, de 20 anos, namorada do rapaz.

Dessa forma, a estudante passa a ser ré no processo penal e responderá por lesão corporal grave, cuja pena é de reclusão de 2 a 8 anos. Com base na investigação feita pela Polícia Civil, o MPES considerou que a jovem foi a autora das lesões apresentadas no corpo do namorado.

Rapaz ia viajar para os EUA

O rapaz havia acabado de ganhar uma bolsa de estudos e saiu para comemorar e se despedir da namorada, já que viajaria para os Estados Unidos.

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Os dois jovens ficaram cerca de sete horas no Parque Morro da Pescaria, onde fica a praia do Ermitão. Imagens de videomonitoramento mostram o momento em que o casal chegou no local.

O relógio da câmera de segurança marcava 21h01, do dia 15 de janeiro, quando o casal aparece caminhando pela lateral da Praia do Morro, que dá acesso ao parque.

O rapaz e namorada caminham em direção às pedras que dão acesso a uma trilha do parque. A entrada é alternativa e fica fora do portão principal, que estava fechado.

Nas imagens, é possível ver que o rapaz está com uma lanterna e carrega uma mochila nas costas. A jovem segue logo atrás dele.

Cerca de sete horas depois, a jovem aparece nas imagens pedindo ajuda ao vigia do parque, que não aparece no vídeo devido ao ângulo da câmera. Segundo fontes ouvidas pela TV Vitória/Record TV, dez minutos depois do pedido de socorro, o vigia ligou para a central do parque e informou o ocorrido.

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Às 4h26, a menina aparece ao lado do pai. Eles aparentam estar desesperados. O homem fala com alguém ao telefone. Às 4h42, a menina aparece nas imagens sentada em um banco. Ela usa o telefone para ligar para alguém.

Às 5h16, os socorristas do Samu e os bombeiros chegam ao local. O rapaz, que já estava com o corte na barriga e sem parte do intestino, é socorrido. Por volta das 6h, ele é levado de maca para a ambulância.

O rapaz ficou cerca de dois meses internado em um hospital particular na Serra e teve alta no dia 17 de março. No entanto, depois precisou ser novamente hospitalizado, após apresentar um quadro de infecção e febre. Ele recebeu alta na última quarta-feira (20). 


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