Diplomata espanhol volta atrás e diz que capixaba tirou a própria vida

O diplomata espanhol Jesus Figón, de 64 anos, prestou seu primeiro depoimento à Justiça no último dia 13, depois de ser indiciado pela morte da mulher, em maio do ano passado. Dessa vez a defesa do diplomata espanhol mudou a versão do crime. A alegação dos advogados é de que a mulher tirou a própria vida. 

O depoimento judicial vai de encontro à investigação da Polícia Civil. Foi o delegado Adroaldo Lopes que indiciou o diplomata por feminicídio. Para a polícia, Figón confessou o assassinato e disse que agiu em legítima defesa, depois de uma briga com a esposa. Apesar do laudo pericial não confirmar a dinâmica do crime, a nova versão não convence o delegado. 

“Eu acho que essa nova versão apresentada pela defesa não se sustenta diante das provas e dos indícios que foram colhidos no inquérito. Para nós não há outra versão”, afirmou o delegado.

O crime aconteceu no dia 12 de maio de 2015. A cabeleireira capixaba foi encontrada morta no apartamento onde vivia com o marido espanhol, uma cobertura no bairro Jardim Camburi, em Vitória. No corpo da mulher havia marcas de facadas. 

Por outro lado, a versão não surpreende a família de Rosemary. Eles disseram que a cabeleireira tinha depressão e que, na época do ano em que morreu, a doença se intensificava, por ser próxima à data da morte precoce da filha que ela teve com o espanhol. 

O irmão da cabeleireira disse que ela ficava reclusa sempre que lembrava da morte da filha. “Sempre próximo ao falecimento da filha dela, que está embalsamada na Espanha, ela ficava sempre depressiva e ficava no cantinho dela. Mas eu nunca tive a informação de que ela estava a ponto de se matar”, contou o irmão Elias Justino.

De acordo com a acusação do Ministério Público, o diplomata espanhol está respondendo por homicídio simples pela morte da esposa.