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Polícia

Travesti diz que bateu em idosa porque ela teria feito “magia negra”

Verônica admitiu que usou a bengala da idosa para bater e que também quebrou os móveis da casa. Ela disse que parecia estar possuída no momento do crime

Redação Folha Vitória
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Verônica confessou o crime e tentou justificar as agressões Foto: Reprodução Facebook
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Após arrancar parte da orelha de um policial, dentro de uma delegacia em São Paulo, a travesti Verônica Bolina, em depoimento à Polícia Civil, contou o motivo de ter agredido a idosa. A acusada disse que fazia limpeza no apartamento quando sentiu um cheiro ruim. Ela acredita que a vizinha, uma idosa de 73 anos, havia feito "macumba ou obra de magia negra" contra ela.

Verônica contou que apanhou nas duas delegacias pelas quais passou e afirma estar arrependida dos crimes que cometeu. Ela foi detida no dia 10 de abril após agredir três vizinhas em um flat onde morava na Bela Vista, região central de São Paulo. 

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No registro do depoimento consta a seguinte afirmação: “Não sabendo justificá-lo, dirigiu-se até a casa de [nome da idosa] e abruptamente adentrou ao recinto iniciando uma agressão sem controle, sendo que afirma que, mesmo estando descontrolada, sem nenhuma dúvida que não pretendia matá-la e sim agredi-la”. Verônica admitiu que usou a bengala da idosa para bater e que também quebrou os móveis da casa, mas que parecia estar "possuída".

Após alguns minutos de agressão, a travesti saiu da casa da vítima e passou a brigar com outra travesti, conhecida como Beatriz, que mora no mesmo andar. Beatriz contou que ouvia um falatório no corredor que duraram alguns minutos. De saída para um compromisso, chamou o elevador e viu que Verônica estava dentro do apartamento da idosa.

“Quando eu vi a Verônica dentro do apartamento, eu já ia descer e aproveitaria para avisar a portaria. Não pretendia me envolver na briga, mas a Verônica me viu e veio até o corredor tomar o meu celular com medo de que eu chamasse a polícia. Foi quando a gente começou a se bater até que eu consegui fugir pela escada e avisar a portaria. Acho que os funcionários já tinham notado a briga e chamado socorro”, disse. 

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Entre o tempo que Beatriz desceu e a polícia chegou, Verônica teria voltado para o flat da idosa, onde arrombou a porta a chutes e voltou a espancá-la. Ela a arrastou até o apartamento de outra vizinha, que também foi agredida.

Segundo inquérito, os policiais chegaram e conseguiram acalmá-la para que fosse conduzida ao 78º DP, do Jardins. A polícia informou que precisou "fazer uso de força" já no DP, porque Verônica teria atacado os policiais. Ela foi levada depois para o 2° DP, onde arrancou a orelha de um carcereiro e depois foi agredida por ele.  

Assim como Verônica, Beatriz também faz programa e atende no prédio. Ela afirma que a colega apresentou um comportamento estranho em um supermercado, dias antes das agressões, e culpa o crack pelo desequilíbrio.

A mãe de Verônica retirou as coisas dela do apartamento e entregou o imóvel. A travesti está no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros em uma ala destinada aos travestis. Ela foi indiciada por tentativa de homicídio contra a idosa, dano qualificado, desacato, resistência e lesão corporal, além de tentativa de homicídio pela agressão contra o carcereiro. 

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A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que foi aberto também um processo para apurar a conduta dos policiais e a agressão contra Verônica. Em seu depoimento, a acusada também diz que foi agredida dentro das duas delegacias e no hospital pelos militares que a levaram. Ela confirma que se masturbou dentro da cela no 2° DP, o que levou o carcereiro a entrar para retirá-la de lá. Ela garante "que em nenhum dos crimes tinha a intenção de matar e está arrependida, com vontade de voltar para a sua vida normal".

Com informações do R7

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