Morte no Sambão: rapaz pode ter sido confundido por criminosos, diz secretário de Segurança
O rapaz, identificado como Pedro Henrique, era filho de uma vereadora de Vila Velha e estava no local durante os ensaios técnicos das escolas de samba
Uma confusão ocorrida no Sambão do Povo, durante os ensaios técnicos realizados na noite de quarta-feira (1º), resultaram na morte do jovem Pedro Henrique Crizanto da Victoria, de 20 anos, filho da vereadora Patrícia Crizanto, de Vila Velha.
Em entrevista ao programa Espírito Santo no Ar, da TV Vitória/Record TV, o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, coronel Alexandre Ramalho, lamentou o fato e afirmou que há a possibilidade de que o autor do crime tenha ligação com o tráfico de drogas.
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"A vítima não tem passagem pela polícia e nem indício de ligação com o crime. Ali surgiu uma discussão na parte superior de um camarote, que desceu para a parte inferior e, em determinado momento, o indivíduo efetua um disparo. Tudo indica que sejam indivíduos do Alagoano. O disparo indica que foi de uma pistola 9mm, de grosso calibre. Podem tem confundido esse jovem com organização criminosa rival. Tudo indica que o autor do crime seja ligado ao tráfico de entorpecentes", disse o secretário.
Segurança do Sambão é feita pela Prefeitura
Questionado sobre o policiamento no Sambão do Povo, local onde ocorrem os ensaios e desfiles das escolas de samba, Ramalho explicou que a segurança não é de competência da Polícia Militar, visto que o evento é de responsabilidade da Prefeitura de Vitória.
"Nós atuamos em apoio a Prefeitura Municipal de Vitória. O evento é da prefeitura e o que nos pediram foi o policiamento no entorno do evento. Nós tínhamos viaturas próximo ao antigo cais do hidroavião e próximo ao Tancredão. Tínhamos viaturas da Força Tática atuando nas adjacências. Nossa prevenção procura inibir os crimes patrimoniais, como roubo, ataques a quem está esperando o coletivo, por exemplo", explicou.
"A segurança na parte interna não tem nenhuma responsabilidade da Polícia Militar, nem nos ensaios, nem durante o carnaval. Aquilo é feito por uma segurança privada, inclusive a revista de quem tem acesso ao local. O policiamento é feito conforme solicitado", completou.
O secretário destacou que o planejamento para a cobertura do Carnaval de Vitória contempla mais de 300 policiais nos dias do evento, mas reforçou que a segurança interna não é de competência da Polícia Militar.
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"A segurança privada sempre foi de responsabilidade do evento. Nunca atuamos nisso, na parte interna. Nunca houve um episódio dessa natureza. O planejamento do evento por parte da PM contempla mais de 300 policiais. Não temos o controle da parte interna, de revista, quem entra armado não é da competência da polícia militar", disse.
Ramalho esclarece que a polícia já está atuando nas investigações do crime e nas buscas pelo suspeito, destacando que a população pode ajudar.
"Desde ontem já chegam informações pelo disque-denuncia 181. A DHPP já está em campo e vai buscar outras informações. Os olhos da sociedade são importantes e qualquer pessoa pode denunciar. Vamos prender esse indivíduo que, possivelmente, deve estar ligado ao tráfico", finalizou.
Crime aconteceu antes de ensaio técnico
Testemunhas contaram que a confusão começou pouco antes da Mocidade Unida da Glória (MUG) dar início ao ensaio, quando a bateria começava a se preparar para entrar na avenida.
Nas imagens feitas por quem estava no local, é possível ver várias pessoas envolvidas em uma briga. No entanto, por conta do tumulto, não é possível identificar quem efetuou os disparos.
O pai de Pedro Henrique e uma tia do rapaz estiveram no Departamento Médico Legal de Vitória na manhã desta quinta-feira (2), para fazer a liberação do corpo.
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Em nota, a Polícia Civil informou que o caso seguirá sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória. Até o momento nenhum suspeito foi detido e detalhes da investigação não serão divulgados, por enquanto.
A Polícia Civil destaca que a população pode contribuir com informações de forma anônima através do Disque-Denúncia 181, que também possui um site onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas, o disquedenuncia181.es.gov.br.
Prefeitura diz que patrulhamento foi reforçado
Em nota, a Secretaria de Segurança Urbana (SEMSU) informou que a Guarda Municipal foi acionada e que em menos de dois minutos os agentes chegaram ao local.
Segundo a prefeitura, em virtude dos ensaios técnicos no Sambão do Povo, o patrulhamento no local foi ampliado e intensificado. As viaturas estão estrategicamente posicionadas no início e no final do Sambão.
"Além disso, agentes da Guarda Municipal e da Romu fazem o patrulhamento preventivo no entorno da passarela do samba. O esquema especial de Carnaval tem como objetivo garantir a segurança dos foliões e componentes", diz a nota.
Ligas lamentam morte no Sambão do Povo
As ligas responsáveis pelo Carnaval de Vitória lamentaram o ocorrido e afirmaram que todas as solicitações de segurança e estrutura foram realizadas aos órgãos competentes antecipadamente. Veja a nota oficial na íntegra:
"Os integrantes da Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial do Carnaval de Vitória (LIESGE) e Liga Espírito-Santense das Escolas de Samba (LIESES) estão profundamente entristecidos com o incidente ocorrido ontem (1º de fevereiro), no Sambão do Povo, durante o ensaio técnico das escolas de samba de Vitória.
A diretoria das ligas declarou a suspensão dos ensaios imediatamente após os acontecimentos para evacuar o local e garantir a segurança de todos. Os próximos ensaios serão realizados na segunda-feira (6 de fevereiro).
Destaca-se que foi a primeira vez que aconteceu algo tão excepcionalmente trágico, já que os ensaios servem para integrar a comunidade ao evento cultural capixaba.