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Polícia

Centro de inteligência ajuda polícia do ES a prender mais de 50 pessoas ligadas a facções

A partir das análises, foi possível identificar suspeitos ligados a grupos criminosos no Estado do Espírito Santo e fazer o mapeamento das localidades de atuação

Redação Folha Vitória

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Foto: Divulgação / PCES
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Foram divulgados nesta terça-feira (31) os resultados alcançados em 2022 pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), com o auxílio de dados obtidos por meio das análises do Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT).

Ao todo, as ações resultaram na prisão de 56 pessoas, apreensão de oito armas, 1.469 pinos de cocaína, 587 buchas e 16 tabletes de maconha, 805 gramas de crack, 16 frascos de lança-perfume, 104 pinos de cocaína com 35 porções grandes de haxixe, além de dois veículos avaliados em R$ 420 mil e R$ 53 mil.

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O que é o CIAT e como auxilia nas investigações

Criado da necessidade prática de realizar análise de dados telemáticos, o CIAT foi regulamentado pela Instrução de Serviço º 5127-R, de 12 de abril de 2022.

A partir dos levantamentos realizados por meio do CIAT, foi possível identificar suspeitos ligados a grupos criminosos no Espírito Santo e mapeamento das localidades de atuação, contribuindo para importantes operações no ano de 2022.

"O CIAT demonstrou sua efetividade e produção de conhecimento e provas a partir do uso dessa tecnologia. Utilizando o CIAT, identificamos toda a cadeia de comando da principal organização criminosa do Estado, prendendo 56 indivíduos. Um trabalho bem feito, que vem a beneficiar a população em diversas esferas", declarou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.

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A primeira operação realizada com utilização desses dados foi deflagrada pelo Departamento Especializado de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), a Sicário I.

As equipes realizaram análise de dados telemáticos da conta do usuário, utilizada em determinado período, pelo foragido da Justiça mais procurado o Estado do Espírito Santo, Fernando Moraes Pereira Pimenta, vulgo Marujo.

A primeira fase da Operação Sicário aconteceu em novembro de 2021, em bairros do município de Vitória, e resultou na prisão de 24 pessoas e indiciamento de outros 19. Todos integrantes da principal organização criminosa em atuação no Espírito Santo, conhecida como Primeiro Comando de Vitória (PCV).

"Nessa primeira parte da Operação, foi possível compreender a estrutura organizacional da Organização Criminal 'PCV', com identificação de pessoas que exercem funções de olheiro, vapor, soldado do tráfico, gerente do tráfico, distribuidor de droga, contador, recolhedor de dinheiro, ou outras atividades de mais confiança, bem como compreender a forma de atuação dos criminosos dentro do Complexo da Penha", disse o superintendente de Polícia Especializada, delegado Romualdo Gianordoli.

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Com o desdobramento da Operação Sicário I, outras ações e análises de dados possibilitaram a identificação de advogados que trabalhavam a serviço dos grupos criminosos, compreensão da relação desses grupos com outras facções atuantes no Rio de Janeiro, que permitiram a materialidade para pedidos de prisão ou indiciamento dos envolvidos.

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Segundo o delegado Romualdo, partindo da análise telemática com intuito de compreender a facção liderada pelos dos 'Irmãos Vera', foi deflagrada em março de 2022 a Operação Sicário II, no Morro do Macaco, em Vitória.

Essa operação obteve a marca de maior número de presos em uma única fase, que contou com o trabalho operacional integrado entre as forças de segurança: Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), Secretaria da Justiça (Sejus), Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), Poder Judiciário e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

"Por meio da extração de dados dos aparelhos celulares dos alvos das Operações Policiais, o CIAT assegurou a compreensão de como atuava a Organização Criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), no âmbito de atuação dos Irmãos Vera, com identificação de pessoas que exercem funções de olheiro, vapor, soldado do tráfico, gerente do tráfico, distribuidor da droga, contador, recolhedor do dinheiro, ou outras atividades de maior confiança dentro da facção e, ainda, identificação de pessoas atuantes no crime de lavagem de dinheiro", disse.

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Com os serviços de inteligência, foram realizadas ainda, ao longo do ano, investigações financeiras que são provenientes das investigações iniciadas com a extração de dados de celulares, com o qual são obtidos indícios de lavagem de dinheiro.

Operações deflagradas a partir do serviço de inteligência do CIAT

• Operação Carcass: Iniciada em 14 de junho de 2022, teve foco no Primeiro Comado de Vitória (PCV), e por meio dela, identificou nomes proeminentes, como Raul dos Santos Pimenta (primo de Marujo e maior vendedor de LSD da facção), Raphael Vicente Figueiredo, vulgo "CABEÇÃO", chefe in loco do tráfico da Grande Terra Vermelha, dentre outros.

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A operação Carcass teve uma ramificação em Cariacica, onde foram descobertos fornecedores de drogas e armas dos bairros Itanguá, Operário e Vale dos Reis.

Saldo: 15 presos, armas e drogas apreendidas. 21 criminosos indiciados e efetivamente denunciados pelo Ministério Público (ou seja, são réus em Ação Penal);

• Operação Obituary: Início em 21 de julho de 2022 e teve foco no Terceiro Comado Puro (TCP), mais especificamente a facção que comanda o bairro Pingo Dágua e beco do Alemão, em Alecrim, Vila Velha.

Nela, o líder da facção, Wende Oliveira de Almeida, foi detido em um condomínio de luxo em Itapuã.

Também foram identificados e cumpridos mandados em uma distribuidora de bebidas e uma loja de roupas femininas, que servia para lavar o dinheiro ilícito da facção.

Saldo: 11 presos, armas e drogas apreendidas. 15 criminosos indiciados e efetivamente denunciados pelo Ministério Público (ou seja, são réus em Ação Penal);

• Operação Sicário 3: Foi iniciada em 5 de agosto de 2022, tendo como foco a Organização Criminosa que domina o Morro da Garrafa, Vitória, e se autodenominam Terceiro Comando Puro (TCP).

Foram descobertas ramificações desses criminosos com bairros com Novo Horizonte e Cidade Continental, na Serra.

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Saldo: 12 presos, armas e drogas apreendidas. 26 criminosos indiciados e efetivamente Denunciados pelo Ministério Público;

• Operação Sicário 4: Com início em 24 de agosto, teve foco no PCV, mais especificamente na parte que domina o morro de Jesus de Nazaré, em Vitória.

Talvez a mais bem-sucedida em prisões qualitativas, pois foi preso o chefe, Jeferson da Silva Ramos, vulgo "Morango", e depois Alexandre Elias Pereira dos Santos, vulgo "Panguera", que assumiu em seu lugar.

Saldo: 13 presos, armas e drogas apreendidas. 23 criminosos indiciados e efetivamente Denunciados pelo Ministério Público;

• Operação Kreator: Iniciada em 8 de novembro de 2022, foi um prolongamento da Operação Sicário, de 2021, porém, mais voltada à descapitalização da facção.

Foram descobertas revendas de veículos para lavar dinheiro, sendo apreendidos veículos de luxo e grande patrimônio de origem ilícita.

Saldo: 5 presos, armas e drogas apreendidas. Inquérito Policial em fase de finalização.

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• Operação Marvilla: Para investigar o homicídio do perito Celso Marvilla, a operação foi deflagrada pela DHPP de Vila Velha. No entanto, o CIAT fez a análise de cinco terabytes de dados, prestando um efetivo apoio e sendo crucial para o deslinde do caso.

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