Idoso que estava desaparecido foi morto a pauladas e teve corpo incendiado, diz polícia

O corpo do idoso Gildomar Perin, de 60 anos foi localizado pela Polícia Civil, durante a tarde desta quinta-feira (23), em uma área de seringal, em Jacaraípe, na Serra. Segundo a polícia, ele foi morto a pauladas e teve o corpo incendiado pelos suspeitos.

De acordo com o secretário de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, as investigações e depoimentos revelaram que no sábado (18), no dia do desaparecimento, a vítima passou o dia com o adolescente envolvido no crime.

Após meses mantendo um relacionamento baseado em programas, o adolescente teve a ideia de roubar Gildomar e, para isso, chamou um amigo, identificado como Kaique Teófilo da Silva, de 18 anos.

A vítima, que morava em Itarana, veio para Vitória para passar o carnaval. No sábado, a vítima foi até Carapina grande, buscou o adolescente e a tarde juntos. Às 17 horas, a vítima e o adolescente saíram do condomínio e voltaram para Carapina. Quando chegaram na casa do adolescente, o comparsa chegou anunciando assalto.

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O jovem e o adolescente pegaram o celular e o cartão do idoso e o levaram para uma área de vegetação em Jacaraípe.

"Chegando lá, o Gildomar tenta sair, mas o suspeito 18 anos dá uma grava no pescoço e ele desacorda. Depois disso, esse mesmo jovem pega uma madeira e dá uma paulada no idoso e o de 16 dá outra. Eles pensam que Gildomar já estava morto e vão embora", disse Ramalho.

De acordo com o secretário, após abandonarem a vítima, o adolescente e o suspeito pegaram o carro e rodaram por vários locais, ainda no sábado. No domingo (19), os dois encontraram um terceiro indivíduo e combinaram deste colocar fogo no corpo do idoso.

Na segunda-feira (20), eles rodaram com o carro e fizeram várias compras com o cartão do Gildomar. Já na madrugada de terça-feira, os três compraram o combustível, foram até o local do crime e atearam fogo no corpo.

Na segunda-feira (20), segundo o secretário, a polícia recebeu um telefonema de um familiar dizendo que o Gildomar estava desaparecido desde sábado e não tinha costume de sumir dessa forma. 

"A partir daí, a polícia Civil começa o trabalho de investigação. A Guarda Municipal de Vitória foi acionada e monitorou que o carro estava na Ilha do Frade e prendeu o indivíduo", contou o secretário.

Durante a tarde desta quinta-feira (23), o corpo do idoso foi encontrado. Além disso, outros dois envolvidos no crime foram localizados, totalizando três detidos. 

Carro tinha vestígios de sangue

Na quarta-feira (22), Kaike Teofilo da Silva, preso em flagrante por suspeita de participação no crime, passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida para preventiva.

Segundo relado do juiz Roberto Luiz Ferreira Santos, que realizou a audiência de custódia, a perícia encontrou "vestígios de sangue de arrastamento no porta-malas do veículo recuperado".

Com o suspeito, foi apreendida a chave do veículo com restrição de furto e roubo, além da quantia de R$ 152 e um aparelho celular, reconhecido pelo sobrinho da vítima.

O juiz ainda cita que Kaike contou, em depoimento, que comprou o celular de um comparsa, identificado como Alexandre. Ele ainda teria relatado que o parceiro confessou que a vítima teria reagido ao assalto, sendo assassinada e o corpo jogado em uma área conhecida como "Bambuzal".

O termo da audiência de custódia cita, ainda, que há a necessidade "maiores apurações a respeito dos fatos narrados no APFD (Auto de Prisão em Flagrante Delito), sobretudo considerando que o autuado narrou aos agentes que é natural do Rio de Janeiro e integrante da facção criminosa TCP – Terceiro Comando Puro, bem como a possibilidade de seu envolvimento no crime em apuração".

Entenda o caso

Familiares contaram que a vítima é de Itarana, no Noroeste do Espírito Santo, e estava passando o Carnaval em Vitória. O idoso trocava mensagens com os parentes todos os dias, mas, durante o fim da tarde de sábado (18), ele parou de mandar mensagens e não respondeu mais.

O primeiro rapaz que foi detido, disse para os agentes da Guarda Municipal que é de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e que faz parte de uma facção criminosa. Ele estaria no Espírito Santo há cerca de um mês trabalhando em um restaurante.

Questionado sobre o veículo, o rapaz contou que o comparsa, que não foi localizado, disse que assaltou o idoso. No momento do crime, a vítima teria reagido e o assaltante teria matado o homem e jogado o corpo em na área citada.