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Polícia

Caso Kauã e Joaquim: Justiça marca júri popular para março

Os advogados de acusação querem mais de 100 anos de prisão para o pastor Georgeval Alves, acusado de estuprar e matar as crianças em 2018, em Linhares

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução
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Quase cinco anos após o crime, o júri popular que vai definir o destino do pastor Georgeval Alves, acusado de estuprar e matar o próprio filho e o enteado, Joaquim Alves Sales e Kauã Sales Burkovsky, de 3 e 6 anos, respectivamente, em Linhares, em 2018, foi marcado para 13 de março de 2023, às 9h, no Fórum do município.

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De acordo com a nota divulgada à imprensa, os advogados de acusação Síderson Vitorino e Lharyssa Almeida afirmaram que existe fundamento para que seja feito pedido de prisão para mais de 100 anos.

"Conhecemos o processo a fundo em cada uma das suas páginas, e estamos preparados para requerer mais de 100 anos de prisão para Georgeval Alves, pelos crimes que cometeu”.

O juiz da Primeira Vara Criminal de Linhares, Tiago Fávaro Camata, na mesma decisão em que marcou a data do julgamento, manteve a prisão preventiva do acusado nos seguintes termos: “...como medida de garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal”. 

Crianças apresentavam sinais de abuso

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O crime aconteceu na madrugada do dia 21 de abril de 2018, na casa da família, em Linhares. Kauã tinha 6 anos de idade e Joaquim apenas 3. A Polícia Civil concluiu que Georgeval estuprou, espancou e, em seguida, ateou fogo nas duas crianças, enquanto elas ainda estavam vivas.

Foto: Divulgação
Georgeval Alves será julgado em março

Na época do crime, "as duas crianças já apresentavam sinais de abusos sexuais, inclusive, já na escola, a vítima Kauã em certas ocasiões chorava desesperadamente, mas alegava aos seus professores que não podia relatar a motivação. O Joaquim, também na escola, relatava que sofria abusos sexuais". 

Porém, quando os pais chegaram na escola, negaram os abusos e informaram que não eram praticados no âmbito doméstico e familiar, mas sim por outra criança de cinco anos de idade. 

Mãe das crianças não será julgada

A mulher dele e mãe dos meninos, a pastora Juliana Salles, chegou a ser presa na época porque, no entendimento da Justiça, apesar de estar viajando na noite do incêndio, ela foi omissa e sabia dos abusos que as crianças sofriam.

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No entanto, o juiz da 1ª Vara Criminal de Linhares decidiu por não levá-la a júri popular. Em sua decisão, o magistrado entendeu que não havia nos autos do processo provas cabais que demonstrassem que a mãe dos irmãos teria sido omissa ao permitir a aproximação de Georgeval das crianças.

Na época do crime, que causou muita comoção em Linhares, cidade localizada no Norte do Espírito Santo, o acusado alegou que estava dormindo, quando ouviu, pela babá eletrônica, as duas crianças chorando. Georgeval Alves disse que foi até o quarto dos dois, mas não conseguiu salvá-los.

A Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros realizaram perícias na casa onde o caso aconteceu e no carro que geralmente era utilizado por Georgeval Alves e concluiu que a versão apresentada pelo acusado era falsa. O réu está preso desde o dia 28 de abril de 2018.

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