Trio com integrante do PCC é preso por aplicar golpes com cartões clonados no ES

Três suspeitos de integrarem um esquema criminoso que utilizava cartões clonados para fazer compras pela internet foram presos no Espírito Santo. Segundo a polícia, os suspeitos compravam eletrodomésticos e remetiam a entrega para a casa de "laranjas", que ganhavam até R$ 5 mil para receber o material.

Os dois homens, de 23 e 24 anos, e uma mulher de 23 anos, foram presos na última terça-feira (01) durante uma operação da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) em conjunto com a Divisão de Homicídios e Proteção à Mulher, a Delegacia de Crimes Contra o Transporte de Cargas, a Delegacia de Segurança Patrimonial e a Delegacia Especializada em Defraudações e Falsificações.

O titular da DRCC, delegado Brenno Andrade, explicou que a polícia chegou aos suspeitos após receber denúncias de que uma mulher estava sendo ameaçada.

"Nós recebemos informações de que uma mulher estava sendo ameaçada em Vitória. Ao chegar no local, descobrimos uma associação criminosa que comprava, utilizando cartões clonados, mercadorias pela internet e mandava para o endereço de 'laranjas'", disse.

Um dos presos ofereceu a pessoa que fez a denúncia R$ 300 para ela receber alguns produtos na casa dela, mas quando as mercadorias chegaram ela não entregou aos golpistas e acionou a polícia. 

"Uma das pessoas presas receberia R$ 5 mil para que o endereço fosse utilizado para recebimento da mercadoria. Ela ofertou a outra pessoa para que o endereço também fosse utilizado para receber a mercadoria. Ela pagaria R$ 300. Vamos investigar se essa a pessoa desconfiou da trama criminosa e denunciou ou se quis ficar com os produtos, se ela quis dar o golpe nos golpistas. Ela esteve na delegacia, prestou depoimento e foi liberada, mas as investigações vão continuar", destacou.

Suspeito disse à polícia que integrava o PCC

A polícia explicou que um dos homens presos era de São Paulo e morava na Serra. O suspeito já tinha várias passagens na Justiça e, ao ser preso, disse que integrava o Primeiro Comando da Capital paulista.

"Ele disse para os policiais que era filiado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Constatamos, em São Paulo, que ele já tinha diversas passagens policiais, inclusive por tráfico de drogas. Na residência dele, foram encontrados um computador, uma impressora e, aparentemente, carteiras nacionais de habilitação falsas", disse.

A perícia da Polícia Civil encontrou, no computador apreendido, programas de edição que eram utilizados para criar as CNHs falsificadas. Além disso, também foram encontrados arquivos de habilitações. O suspeito irá responder por falsificação de documento público.

Golpe com os cartões clonados já ocorria há pelo menos duas semanas

A polícia acredita que o crime já ocorria há, pelo menos, 15 dias. 

"O golpe já ocorria rotineiramente. Há 15 dias, essa mesma residência recebeu uma encomenda de duas geladeiras, cada uma avaliada em R$ 11 mil, verificamos que essa residência também recebeu encomenda de copos térmicos. Nós acreditamos que, por estamos no verão, os criminosos compraram esses copos com os cartões clonados para fazer a revenda", disse.

O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, destacou que os suspeitos vieram de outros estados para aplicar os golpes e estavam causando prejuízos ao comércio. 

"Mais uma associação criminosa que foi presa vinda de fora do Estado para aplicar golpes no Espírito Santo. Eles estavam trazendo grandes prejuízos ao comércio com a compra de produtos caríssimos, como televisores no valor de R$ 20 mil cada", frisou.

Durante a operação, foram apreendidas duas televisões de 75 polegadas e uma de 60 polegadas. Veja os produtos no vídeo abaixo:

Os três suspeitos, que não tiveram os nomes divulgados, foram presos em flagrante pelo crime de receptação e também por associação criminosa.

A polícia ainda não sabe como os suspeitos conseguiam os cartões usados no crime. As investigações vão continuar para apurar a origem dos cartões e se o grupo agia fora do Espírito Santo. O envolvimento de outros criminosos não é descartada pela polícia.

*Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/Record TV.