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Polícia

Volta de policiais militares às ruas derruba número de homicídios no Espírito Santo

A volta de uma parte dos policiais ao trabalho contou até mesmo com o uso de helicópteros das Forças Armadas e da própria Polícia Militar (PM)

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Policiais militares voltam às ruas em Vitória Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Vitória e Rio - O número de homicídios no Espírito Santo caiu após a volta parcial dos policiais militares às ruas, iniciada no sábado, 11. A expectativa é de que a situação na Grande Vitória se aproxime da normalidade a partir desta segunda-feira (13), quando as aulas serão retomadas, o transporte público e os postos de saúde voltarão a funcionar e o comércio deve abrir as portas. Em Brasília, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o motim está em "declínio" e "a ordem e a segurança pública estão de volta".

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, 1.236 policiais voltaram ao trabalho no fim de semana, o que representa 12% do total de PMs da ativa. O retorno dos PMs e a atuação de mais de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança coincide com a queda de homicídios no Estado. No domingo, 12, o Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol) apurou a ocorrência de quatro mortes - o menor número desde o início do motim, totalizando 144 ao longo dos nove dias. No sábado, 12, esse número havia sido três vezes maior.

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A volta de uma parte dos policiais ao trabalho contou até mesmo com o uso de helicópteros das Forças Armadas e da própria PM. Soldados lotados no Batalhão de Missões Especiais (BME) se apresentaram na Capitania dos Portos de Vitória e foram transportados em helicópteros para a sede do batalhão, que fica junto ao Quartel Central da PM.

Mulheres que participam do movimento que paralisou a Polícia Militar acompanharam as chegadas e saídas das aeronaves no quartel à distância, junto aos muros. Elas aplaudiam os policiais e gritavam palavras de apoio. Alguns dos PMs se emocionavam.

Mesmo com o retorno gradual dos policiais às ruas, o movimento que paralisou a polícia militar continua "firme e forte", de acordo com as mulheres. Elas insistem nas reivindicações que levaram ao motim, como o reajuste salarial de 43% referente a perdas nos últimos seis anos. As mulheres também afirmam ser "inegociável" a anistia total a todos os PMs e às próprias mulheres.

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Na sexta-feira, a Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo informou que abriu processo por crime de revolta contra 703 policiais, cuja pena pode chegar a 20 anos de prisão. A Procuradoria-Geral da República estuda federalizar o crime de motim e o Ministério Público Federal pode ingressar com uma ação para cobrar das mulheres os custos de envio de tropas nacionais ao Espírito Santo.

A porta-voz das representantes dos PMs do 6.º Batalhão, que se apresentou apenas como Cristina, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que as lideranças querem se encontrar com o governador Paulo Hartung e com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para tentar colocar fim ao movimento. "Queremos fazer com o governador o que ele tem falado por esses dias, conversar olhando no branco do olho", afirmou. Elas querem que Janot também participe do evento. "Ele veio ao Espírito Santo ontem (sábado, 11) e não tivemos a chance de conversar com ele."

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Cristina disse que as negociações realizadas até o momento com o governo foram "táticas de guerrilha" e que expõem somente um dos lados. "Jogaram a sociedade contra a gente. As pessoas passam na frente dos batalhões e nos xingam. É triste saber que não estão nos apoiando. Mas se ponham no lugar dos soldados: eles precisam revezar coletes à prova de balas, que muitas vezes estão com prazo de validade vencido, estão com viaturas sucateadas. É desse jeito que a PM tem que proteger a sociedade", desabafou.

Desgaste. Depois de uma reunião com o presidente Michel Temer e três ministros no Palácio do Jaburu, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, reconheceu no domingo, 12, que o motim da Polícia Militar no Espírito Santo trouxe um desgaste para a imagem do País porque, de fato, há uma "situação de intranquilidade da população". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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