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Polícia

Assassino pode ter jogado cal no corpo de enfermeira para encobrir crime

Ouvida pelo Folha Vitória, delegada aposentada explica que criminoso pode ter conhecimento de manipulação de corpos, além da possível premeditação

Maria Clara Leitão

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Foto: Reprodução / Instagram
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A enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, que estava grávida e foi encontrada morta a tiros em Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo, teve o corpo coberto de cal pelo assassino. A informação consta no boletim unificado feito pela Polícia Militar. 

O corpo foi encontrado na última quinta-feira (11), mas apenas nesta segunda-feira (15) foi reconhecido pela família. O fato de ter jogado cal levanta a hipótese de que o criminoso queria encobrir o assassinato. 

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Em entrevista ao Folha Vitória, a delegada aposentada da Polícia Civil, Gracimeri Gaviorno, explica que a cal possui um Ph alto (uma medida do grau de acidez ou alcalinidade). Com isso, a substância tem um alto poder de degradação de tecidos. 

"Entretanto, diferente de acelerar o processo de putrefação, ou seja, o apodrecimento, a cal vai calcificar o corpo. Com isso, ele vai se tornar uma superfície rígida pelo acúmulo de sais", descreve a delegada. 

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Ela acrescenta que o elemento também evita a propagação do cheiro de decomposição pelo ar. “Com isso, evita que as pessoas nas proximidades do local sintam o odor muito forte característico da ação”, explicou. 

“Não é todo mundo que sabe das propriedades”

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Gracimeri Gaviorno destaca que chama a atenção o fato de que nem todas as pessoas possuem o conhecimento sobre essas propriedades da cal. 

"Não me recordo de ter pego casos aqui no Espírito Santo em que o criminoso utilizou cal sobre o corpo. Isso pode até mesmo, como suposição, mostrar que a pessoa tem conhecimento de manipulação de corpos, além da possível premeditação", ressalva. 

A especialista pontua que a cal é utilizada em várias áreas, como indústria química, construção civil, indústria alimentícia e em cemitérios.

Em nota, a Polícia Civil informou que o crime segue sob investigação da Delegacia de Alfredo Chaves. No comunicado, a polícia destaca que, para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada, conclui.

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