MORTE gerson camata

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Polícia

EXCLUSIVO: Ministério Público diz que ex-assessor armou emboscada para Gerson Camata

Marco Venício teria esperado por uma hora e meia em frente a uma padaria na Praia do Canto para encontrar com o ex-governo

Redação Folha Vitória
audima
audima
Foto: Divulgação / Polícia Civil
Ex-assessor confessou ter matado Gerson Camata
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) ofereceu denúncia contra o ex-assessor do ex-governador Gerson Camata, que confessou tê-lo assassinado no último dia 26 de dezembro na Praia do Canto, em Vitória.

O documento foi obtido com exclusividade pelo jornalismo da Rede Vitória. A denúncia contradiz o depoimento do ex-assessor Marcos Venício Moreira Andrade que disse à Polícia Civil, que não planejou matar o ex-governador.

Na versão do acusado, ele teria encontrado casualmente Camata na rua e o questionou sobre um processo judicial que o ex-governador move contra ele, por calúnia e difamação. Andrade diz que discutiu com Camata e, em um momento de ira, atirou contra a vítima.

Para o Ministério Público, contudo, o crime foi premeditado. No documento, os promotores dizem que o suspeito esperou por uma hora e meia em frente a padaria, à espera de Camata. O ex-assessor estava com um revólver com o registro vencido e não tinha autorização para usar a a arma fora de casa.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

O Ministério Público pede que Marcos Venício seja condenado por homicídio qualificado, por motivo fútil, mediante emboscada, com impossibilidade da vítima se defender. Além disso, no documento é solicitado o aumento da pena em um terço, já que a vítima tinha mais de 60 anos. O Ministério Público listou onze pessoas para testemunhar contra o ex-assessor, entre elas Rita Camata, ex-deputada federal e viúva de Camata.

Promessa de emprego

A denúncia também esclarece detalhes do que teria motivado o crime. Tudo teria começado quando Gerson Camata ainda era senador pelo Espírito Santo e indicou Marco Venício para assumir o cargo de diretor em um banco do Estado. Quando terminou o mandato, Camata teria prometido um novo cargo ao suspeito, o que não aconteceu.

A partir daí, começaram as ameaças de morte, que foram concretizadas dez anos depois. Em abril de 2009, Marcos, que havia trabalhado 19 anos com Camata, denunciou que o ex-senador teria recebido propina de empreiteiras, entre elas a Odebrecht, e que se apropriava de parte do dinheiro destinado aos salários dos funcionários do gabinete dele, uma prática conhecida como rachid.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

As denúncias foram negadas por Camata, que entrou na Justiça contra Marcos pedindo indenização por danos morais. O caso ainda não transitou em julgado, mas a Justiça havia determinado o bloqueio de R$ 60 mil das contas do suspeito. Marco Venício continua preso, aguardando julgamento.

O assistente de acusação, Renan Sales, afirmou que, ao lado do Ministério Público, vai buscar firme condenação para o autor do homicídio em "um processo célere, com pena rigorosa". Já a defesa do réu Marcos Venício informou que não conseguiria posicionar-se a tempo.

Com informações do repórter Lucas Pisa, da Rede Vitória / TV Record

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.