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"Cidades inteligentes" em Vila Velha: pessoas precisam ser qualificadas para as novas tecnologias

Debate sobre o desenvolvimento urbano, tecnológico e inclusivo de Vila Velha contou com a participação do ex-senador e ex-ministro da Educação Cristóvam Buarque

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação / Gilberto Medeiros
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Não basta as cidades disponibilizarem equipamentos de alta tecnologia para facilitar a vida da população, é preciso também educar as pessoas para que elas estejam aptas a utilizar esses recursos. A afirmação é do presidente do Instituto Brasileiro de Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas e Sustentáveis, André Gomyde. 

Ele participou, nesta quarta-feira (01), de um debate sobre o desenvolvimento urbano, tecnológico e inclusivo de Vila Velha. O "Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas e Sustentáveis" foi realizado na Escola Vasco Coutinho, no Centro da cidade.

"Essa questão das cidades inteligentes vem crescendo em todo o mundo, pela questão do avanço tecnológico. Cada vez mais novas tecnologias são implementadas nas cidades. Isso gera muita facilidade para as pessoas, mas também muito problema, porque expõe o problema que temos de gestão do setor público brasileiro", afirmou André Gomyde, que acrescentou:

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"Existe o problema da exclusão social. Temos uma parcela considerável da população que não tem acesso a essas tecnologias. Um pedaço da sociedade tem avançado para o século 21, mas outra parte fica excluída. Precisamos treinar a sociedade para utilizar as novas tecnologias, que ela esteja conectada".

O historiador Eliomar Mazoco, um dos organizadores do evento, destacou que Vila Velha tem grande potencial para proporcionar a seus moradores uma melhor qualidade de vida.

"A tecnologia dos equipamentos é fundamental para as cidades inteligentes, mas também é preciso focar na questão humana. Vila Velha é uma cidade que tem grande potencial, tem boas faculdades, e o objetivo é justamente debatermos sobre o que é preciso para que ela se torne uma cidade criativa, com inteligência, geradora de emprego, inclusiva e que as pessoas tenham o prazer de morar nela", destacou.

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O debate também contou com a participação do gestor e pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Rafael Gumiero, e da professora e coordenadora estadual da ONG Mães pela Diversidade, Mônica Alves Faria.

Já a mediação foi feita pelo coordenador do Curso de Relações Internacionais da Universidade Vila Velha (UVV), o professor doutor em História Rafael Simões.

Durante o evento, também foi lançado o livro "O Futuro é das Chics - como construir agora cidades humanas, inteligentes e sustentáveis".

"Todas as escolas do Brasil têm que ser federais. Se não for assim, nós não vamos ter escola de qualidade; diz ex-ministro da Educação

Foto: Agência Senado

O ex-ministro da Educação e ex-senador Cristóvam Buarque também participou do evento, mas por videoconferência. Ele voltou a defender a federalização das escolas no Brasil, como alternativas às atuais unidades de ensino municipais. 

Ao longo de sua vida na política, Buarque já havia apoiado a ideia em outras ocasiões.

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Em seu discurso, Cristóvam Buarque afirmou que, para o país ter uma educação de qualidade, é preciso investir na qualificação dos professores e na seleção dos melhores profissionais.

"Para isso nós temos que pagar aos professores um salário entre os melhores de todas as profissões e, com isso, trazer para a profissão do magistério os melhores quadros da sociedade", frisou.

Escola em tempo integral

Além disso, o ex-ministro defendeu, entre outros pontos, a escola em tempo integral, a utilização de tecnologia na sala de aula e a necessidade de uma melhor avaliação dos professores.

Foto: Divulgação / Gilberto Medeiros

Buarque destacou que, para se ter um padrão de qualidade em todas as instituições de ensino que oferecem educação básica, é preciso deixar as escolas nas mãos do governo federal.

"Tem uma estratégia de que, em até 30 anos, a gente substitua as escolas municipais por federais. Nós temos hoje 540 escolas de educação básica federais, que são as escolas técnicas, por exemplo", citou.

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"Todas as escolas do Brasil têm que ser federais. Se não for assim, nós não vamos ter escola de qualidade e muito menos igual, porque os municípios são muito desiguais. Não só na receita, mas também na capacidade gerencial, na qualificação do pessoal", completou.

O ex-ministro da Educação lembrou ainda que, nos últimos anos, mais brasileiros conseguiram ingressar em uma universidade, mas que isso não significa que a qualidade da educação básica melhorou no país.

"Nos últimos anos o Brasil triplicou o número de universitários, mas não ficou um país criativo em inovação, nem aumentou a produtividade. Aumentamos o número de universitários, mas não aumentamos o número dos que terminam o ensino médio com qualidade", ressaltou.

"A qualidade das universidades caiu. Os universitários tiveram que se adaptar com a baixa qualidade dos alunos que entram. Praticamente não há mais uma seleção rigorosa, a não ser para algumas universidades e, mais forte ainda, para alguns cursos. O Enem é mais para selecionar os alunos que vão para algumas universidades boas e, nessas universidades boas, alguns cursos que são muito demandados. Mas, no total, quase todos conseguem entrar", acrescentou.





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