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Família de médica assassinada tem medo que mandantes do crime deixem a prisão

O irmão da vítima contou que eles ficarão um pouco mais aliviados quando todos os envolvidos na morte de Milena forem condenados

Redação Folha Vitória
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Após mais de três meses da morte da médica Milena Gottardi, a família resolveu quebrar o silêncio. Segundo o irmão da médica, assassinada no dia 14 de setembro deste ano, eles ainda têm medo que Hilário Frasson, ex-marido da vítima, e Esperidião Frasson, pai de Hilário, apontados como os mandantes do crime, saiam da prisão.

“A gente não vai ter a minha irmã de volta, a dor é muito grande para mim, para a minha mãe, para as meninas, e eu acho que uma forma da gente se sentir um pouco mais aliviado vai ser na hora que os indiciados forem condenados e que possa ser feita a justiça. A gente tem o medo deles saírem. A gente viu a frieza que eles programaram tudo e a gente tem o sentimento de medo de ver essas pessoas soltas e convivendo com a sociedade”, alegou o irmão de Milena, que preferiu não ser identificado.

Ele ainda contou que a família não esperava que Hilário tentasse alguma coisa contra a médica, mas sim contra a própria vida. “Quando eu recebi a ligação, que falaram que foi um assalto, eu já achei muito estranho. Isso já aconteceu com o meu pai e agora está acontecendo com a minha irmã. Na minha cabeça veio que poderia ter sido ele. Eu acompanhei todo o processo e vi a forma que ele estava. A gente achava que ele poderia fazer alguma coisa contra ele. Contra ela a gente achava que não”, disse.

Guarda das filhas

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Em uma carta que foi registrada em cartório pela vítima, onde ela relata as ameaças que sofria do ex-marido, Milena também expressou o desejo de que se alguma coisa acontecesse com ela a guarda das filhas deveria ficar com o irmão dela. “A gente se dava muito bem, eu sempre tive muito carinho pelas meninas. Eu acho que ela via em mim a pessoa que ela gostaria que o pai fosse, porque ele era muito seco, muito bruto, meio ignorante com as crianças”, contou.

Ele contou que as meninas eram muito grudadas com a mãe e a médica era bastante presente. “Ela trabalhava muito, mas quando chegava em casa era sempre com brincadeiras, dava atenção. Elas sempre acordavam junto com a mãe e ficavam grudadas. Elas dormiam juntas, faziam atividades, brincavam, faziam tudo que uma mãe faz”, relatou.

O irmão da médica e a esposa dele ainda não tinham filhos. Além disso, quando o crime aconteceu eles estavam programando passar seis meses fora do país. “Eu e minha esposa não tínhamos filho, a gente tinha feito uma programação para viajar. Estávamos fora do país e ficaríamos lá por seis meses. O projeto não era ter filhos agora, mas praticamente ganhamos duas filhas. No começo foi um choque, mas a gente não tem muito tempo para ficar pensando. A gente tem que procurar o melhor para as meninas. Estamos tentando nos dedicar, fazer o papel de pai e de mãe. A minha esposa abraçou bem a causa, as crianças são bem apegadas com ela, que está fazendo um papel muito importante para as meninas e para mim. Isso não substitui [o papel da mãe] de forma alguma”, destacou.

Família

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Após a morte de Milena, ele contou que a família se uniu ainda mais. “A família se uniu muito. Depois da perda é um consolando o outro. Quando um não está bem, o outro ajuda. Elas perguntam pela mãe. É normal, elas sentem falta, as vezes ficam tristes, as vezes chamam, mas a gente tenta fazer as coisas fluírem melhor. Elas continuam fazendo as atividades delas, estão de férias agora, a gente leva para passear e diminuir esse trauma”.

O Natal deles foi em família, mas o clima não foi o mesmo. “A gente queria passar o Natal junto, em família, para se reforçar, ter mais união, mas não teve um momento de alegria que realmente é o Natal. As crianças receberam os presentes, teve Papai Noel, teve tudo certinho, mas não teve aquele clima de alegria, não tinha o que comemorar. A pessoa que a gente mais busca força é a minha mãe, que é a mais forte da família”.

Confira vídeo da matéria:


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