Mais de 200 kg de peixes estão 'encalhados' em Baixo Guandu com lama no Rio Doce
Pescadores da região de Mascarenhas reclamam que não podem mais trabalhar e não conseguem sequer vender o que foi pescado um mês antes do desastre
A lama com rejeitos de mineração, proveniente do rompimento da barragem da Samarco na cidade mineira de Mariana, não só provocou estragos, afetou o meio ambiente e deixou milhares de pessoas sem água nas regiões por onde passou. Pescadores da região de Mascarenhas, em Baixo Guandu, um dos municípios capixabas prejudicados pelos resíduos de minério que atingiram o Rio Doce, estão amargando um enorme prejuízo.
Além de não terem condições de pescar na região, eles não estão conseguindo mais vender os peixes estocados. Isso ocorre, segundo eles, porque
O total de peixes estocados, prontos para serem vendidos, chega a 200 quilos, segundo os pescadores, o que equivale à venda de um final de semana inteiro. Eles contam que, com a notícia do rompimento das barragens em Minas Gerais e a chegada da lama ao Rio Doce, os consumidores ficaram com medo da água ter contaminado os peixes.
A comunidade de Mascarenhas também vem sofrendo com a falta de água, desde a chegada da lama ao município, já que a única fonte para o abastecimento da população era o Rio Doce. Agora a água que chega às torneiras dos moradores é transportada por carros-pipa. Em seguida, ela é tratada e distribuída.
Já no centro de Baixo Guandu e nos bairros vizinhos, o abastecimento segue normalmente. A água deixou de ser captada no Rio Doce pouco antes da lama chegar ao município. Desde então, o abastecimento da cidade é feito a partir do Rio Guandu. Mesmo assim, o prefeito Neto Barros afirma que todos têm vivido tempos muito difíceis no município.