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Discussão sobre ética cresce nas universidades

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - O que é um comportamento ético? A resposta muda dependendo da época, do contexto e do interlocutor. Esse conceito, flexível e cultural, vem ganhando, no entanto, cada vez mais importância no campo profissional - e as universidades estão atentas.

Segundo o professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) Eugênio Bucci, disciplinas que tratam de ética têm ganhado mais espaço no meio acadêmico. "Vejo que os jovens estão interessados e as empresas também valorizam mais, por estarem preocupadas com seus códigos e com quem vai executá-los", afirma.

Para Bucci, as escolas são o melhor lugar para se aprender sobre ética. "Estudar (o tema) não significa que (a pessoa) será mais ou menos honesta, mas pode ajudá-la a compreender o valor das coisas. O estudo aparelha e inspira quem está vocacionado para o viver bem", diz o professor de Jornalismo, que continua ensinando sobre filósofos, como Epicuro e Sócrates, mas também promove mais discussões sobre casos reais. "É um novo jeito de aprender. As pessoas assumem papéis diferentes."

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Professora de Ética do curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Elisabete Adami dos Santos tem a mesma percepção de Bucci sobre o interesse dos alunos. "Vejo estudantes buscarem informações sobre o tema com uma postura mais crítica. Esta nova geração é muito mais preocupada com a ética, o que me deixa otimista."

A filósofa Márcia Tiburi, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ressalta que o tema aparece em vários cursos, seja em disciplina específica ou transversalmente. A professora acredita, porém, que em cursos mais técnicos o interesse é pequeno. "Não é uma disciplina que fica evidente ou uma questão que está na moda. É difícil chamar a atenção para isso em uma sociedade que demanda questões mais técnicas dos formandos."

Carlos Alberto Di Franco, diretor do departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), acredita que uma boa bagagem cultural ajuda até nos dilemas éticos mais recentes, como aqueles relacionados ao ambiente digital. "A leitura é o que dá conceito, contexto, capacidade de reflexão e senso crítico", afirma. O desafio da academia, de acordo com ele, é dosar a discussão prática e teórica para não enfraquecer a formação nem ficar afastada dos novos problemas do mercado.

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