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REPORTAGEM ESPECIAL

Saiba o prazo para informar à polícia sobre pessoa desaparecida

Há algumas formas de realizar buscas por desaparecidos no Espírito Santo, saiba como prosseguir

Ana Carolina Monteiro , Guilherme Lage , Maria Clara Leitão , Thamiris Guidoni

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/ Dall-E
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No Espírito Santo, somente no ano passado, 2.483 pessoas desapareceram. Isso significa que em 2023, todos os dias pelo menos seis pessoas saíram de suas casas e não voltaram mais. 

Em meio à angústia e o desespero da procura por um ente querido, muitas pessoas sequer sabem como começar as buscas. Há ainda quem acredite que é necessário esperar por determinado tempo, como 24 horas ou até mais. 

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A verdade é que não é necessário esperar tempo nenhum para relatar um desaparecimento, segundo o titular da Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD), o delegado Luiz Gustavo Ximenes.

"Procure imediatamente a delegacia de Polícia Civil mais próxima a sua residência para registrar ocorrência no caso do desaparecimento de uma criança ou adolescente", orientou o delegado.

Além disso, a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2328/23, que torna obrigatório que a polícia e os demais órgãos de segurança pública iniciem imediatamente a busca por pessoas com deficiência desaparecidas, independentemente da idade e do tipo de deficiência.

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No Espírito Santo existe a Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD), localizada em Vitória. Lá, familiares são orientados sobre como podem buscar ajuda. Veja as informações abaixo: 

Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD)

Endereço: Rua Dr. João Carlos de Souza, 89, Barro Vermelho, Vitória/ES.
Contato: (27) 3198-7022
E-mail: [email protected]

Como as buscas são realizadas? 

Há algumas formas de realizar buscas por desaparecidos no Espírito Santo, como exemplifica o delegado.

Segundo ele, um procedimento implementado no ano de 2024 prevê que um parente ou familiar do desparecido compareça a uma delegacia e realize um boletim de ocorrência.

“Através dele instauramos um inquérito policial. Caso tenha algum indício de maus-tratos, ele é encaminhado ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa”.

A partir do inquérito, as investigações são voltadas para a localização da pessoa desaparecida o mais rápido possível.

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Famílias convivem com a incerteza

Luzia Maria Queiroz Barbosa é mãe de Felipe Queiroz Barbosa, de 32 anos, desaparecido desde julho deste ano. De lá para cá, a família do rapaz iniciou buscas incansáveis para encontrá-lo. 

Felipe é usuário de drogas e também é diagnosticado com esquizofrenia.  Segundo a mãe, a última vez que conversou com ele foi em 18 de julho. 

"Felipe conversou comigo no dia 16 de julho para me dizer que teve uma recaída, que tinha ido à UPA. Eu passei por lá e me disseram que ele realmente havia ido ali. Depois, no dia 18, ele entrou em contato comigo novamente para dizer que ia embora fazer a vontade de Deus. Desde então, nunca mais tive notícias dele", contou a mãe", relatou. 

Além de Felipe, engrossando s estatísticas de pessoas desaparecidas no ano passado, está Jefferson Gonçalves de Jesus, com 38 anos à época do seu desaparecimento, em 4 de junho de 2023.

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Ele disse à esposa que precisava sair para resolver algumas questões e desde então não foi mais visto. À época do desaparecimento, Jefferson morava no bairro Caratoíra, em Vitória.

Desde então, a família iniciou uma busca incansável para encontrá-lo. Segundo a irmã, Joana Gonçalves, com a falta de informações, no mesmo mês em que o irmão sumiu, um boletim de ocorrência foi feito junto à Polícia Civil.

Isso fez com que, assim como no caso de Emanuelhy, diversas pessoas entrassem em contato com a família para passar informações falsas em troca de recompensas em dinheiro.

"Pessoas ligavam dizendo saber do paradeiro do meu irmão em troca de resgate. Como apoio concreto, contamos com a polícia e a mídia para que a história não caia no esquecimento", relembra Joana.

O que motiva os desaparecimentos?

Apontar uma causa específica para o desaparecimento de pessoas é uma tarefa difícil, uma vez que cada caso é particular e envolve diferentes fatores de pessoa para pessoa.

Apesar disso, em conversa com o Folha Vitória, o titular da Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD), o delegado Luiz Gustavo Ximenes, explicou que entre as principais motivações estão conflitos familiares e uso de entorpecentes.

"Muitas vezes, durante os conflitos familiares, os adolescentes vão amadurecendo, começam a questionar várias coisas e às vezes eles perceberem que a fuga é, na visão deles, o melhor caminho para escapar da realidade", aponta o delegado.

Disque-denúncia para pessoas desaparecidas

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O site do Disque Denúncia 181 disponibiliza um portal específico para pessoas desaparecidas, onde familiares podem autorizar a publicação de informações e fotos dos desaparecidos.

O portal não apenas facilita a divulgação de dados relevantes, mas também permite que qualquer cidadão contribua anonimamente com informações que auxiliem no trabalho das autoridades policiais.

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