Motorista que causou morte de casal em Vila Velha vai a júri popular
Caso aconteceu em abril de 2022, na Praia de Itaparica. O acusado estava embriagado e dirigia a mais de 100 km/h
A Justiça do Espírito Santo decidiu que o motorista Renan Evangelista Mira, que teria provocado o acidente de trânsito que matou um casal, em Vila Velha, em abril de 2022 irá a júri popular. A decisão foi publicada e registrada em 4 de novembro pela juíza Ana Amélia Bezerra Rêgo, da 4ª Vara Criminal da cidade.
O caso ocorreu em 3 de abril de 2022, na Rodovia do Sol, na Praia de Itaparica, em Vila Velha. De acordo com o inquérito policial, o acusado ingeriu bebida alcoólica e estava a 128 km/h em seu veículo.
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Renan Mira, estava em um Renault Sandero branco. Segundo o boletim de ocorrência, no momento do acidente, o carro trafegava na Rodovia do Sol, no sentido Guarapari. As vítimas estavam em um Palio preto, que cruzava a via pela Rua Humberto Pereira, na direção do bairro Itaparica.
Após a colisão, o Palio rodou na pista e se chocou lateralmente contra um poste, deixando os dois ocupantes presos às ferragens. As vítimas morreram no local. O motorista chegou a ser preso, mas depois teve a liberdade concedida.
Em sua decisão, a juíza destacou que existem suspeitas razoáveis de que os fatos do acidente ocorreram conforme descrito na denúncia. Diante disso, a magistrada decretou que Mira seja levado a júri popular, acusado de duplo homicídio doloso.
"Quanto ao pedido de condenação cível do réu, para o pagamento do valor mínimo de R$ 700 mil, essa demanda deverá ser apreciada no momento de uma possível condenação pelo Conselho de Sentença", escreveu a juíza.
O assistente de acusação do caso, advogado Fábio Marçal, destacou a importância da justiça no caso:
“Foi uma situação na qual as vítimas não tiveram sequer como se defender. O laudo da polícia, anexado ao inquérito, mostra que o acusado estava a mais de 120 km/h, numa via em que a velocidade máxima é de 60 km/h. Além disso, o teste do etilômetro deu resultado de 0,53 mg/l. Ele confessou que bebeu em casa e que só recobrou a memória no hospital. Assumiu o dolo e uma imensa irresponsabilidade ao conduzir o veículo desta forma. Vamos trabalhar que haja justiça. Isso não vai minimizar a dor da família, mas é preciso combater a impunidade todos os dias”, concluiu o jurista.