"Não sou golpista", diz dona de empresa de festas denunciada por clientes
A proprietária acusada de golpe por clientes após declarar falência na última semana prestou esclarecimentos para a equipe de reportagem da TV Vitória
Após declarar falência e ser denunciada por um grupo de clientes, a proprietária de uma empresa de bufê, localizada em Cariacica, procurou a equipe de reportagem da TV Vitória / Record para prestar esclarecimentos.
Na ocasião, o Folha Vitória acompanhou o caso. De acordo com os clientes que já haviam pago pelos serviços, a notícia do fechamento de portas foi dada por meio das redes sociais, na última sexta-feira (24). Somente um cliente alega ter tido prejuízo de R$ 7 mil, mas esse valor pode ser maior.
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Desde então, as vítimas relataram não terem conseguido entrar em contato com a proprietária da empresa de festas e registraram um boletim de ocorrência.
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"A gente espera que ela seja encontrada e que responda pelo que ela está fazendo, porque são sonhos de muitas pessoas destruídos", afirmou Rebeca, uma das clientes que havia contratado os serviços para o casamento com o noivo Matheus.
Posicionamento da proprietária
Em resposta às acusações de golpe, a empresária escreveu uma nota de esclarecimento para o programa Balanço Geral ES. Segundo ela, o trabalho com festas acontece desde 2015.
"Eu não queria expor minha vida pessoal, mas, como isso faz parte da história, preciso falar a verdade. Eu trabalho com bufê desde de 2015, quem me conhece sabe da profissional que sou, que nunca deixei ninguém sem festa", relatou.
Ainda segundo a empresária, diversos problemas pessoais e de saúde, física e psicológica, a acometeram no início do mês de junho deste ano.
"Foram muitos acontecimentos e mesmo assim não deixei de entregar uma festa. Mesmo com todos problemas financeiros, acamada, eu corria atrás. Fazia promoção, conseguia pagar colaboradores, fornecedores e ainda realizava os eventos. Teve evento que fui de cadeira de rodas, para poder orientar a equipe, e assim a festa do cliente ser entregue da melhor forma possível", detalhou.
"Não sou golpista"
Acerca das falas dos clientes, a proprietária ressaltou que nunca teve a intenção de aplicar golpes.
"Eu não sou golpista. Assim como toda semana, eu fazia meu trabalho, fechava contratos para conseguir movimentar a empresa. Só que na semana passada, as vendas não foram boas, clientes que me deviam não pagaram, e com isso só consegui entregar a última festa que foi na quarta-feira (23). Mesmo assim eu tentei, pedi dinheiro emprestado, mas sem sucesso. Tentei fechar alguns contratos, mas eu não consegui!"
Segundo ela, fechar as portas da empresa foi uma decisão muito difícil, pois havia se dedicado à empresa por anos.
"Eu jamais queria ter fechado as portas, a minha empresa era a minha vida, o que realmente eu amo fazer. Me dediquei por anos, não vi meus filhos crescerem, não posso ir a um evento que sou convidada, não tenho festas em família, não tenho lazer com meus filhos...Eu sempre dei o meu melhor todos esses anos, mas eu não consegui mais", completou.
Ressarcimento de clientes
Sobre os serviços já pagos, a dona da empresa de festas afirmou não ter possibilidades de realizar um ressarcimento atualmente. No entanto, não deixará de pagar.
"Hoje eu não tenho nenhuma condição financeira para fazer ressarcimento. Eu não desejo o que estou passando pra ninguém. Peço que as pessoas parem de espalhar notícias falsas, fotos, de destilar ódio na internet. Eu não vou deixar de pagar ninguém. Assim como fui mulher e profissional a minha vida toda, eu também serei em devolver centavo por centavo a cada pessoa", disse.
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado.