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Liberdade de expressão precisa ser incorporada à alma do povo, diz Google

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília, 6 - O advogado Guilherme Sanchez, defensor do Google Brasil, disse nesta segunda-feira, 6, que ainda falta muito para que os direitos à liberdade de informação e de expressão sejam incorporados "à alma do nosso povo". Sanchez participou nesta noite do seminário "As liberdades na era digital e os limites do Estado", promovido em Brasília pelo Centro Universitário de Brasília (Ceub) e pelo Instituto Palavra Aberta.

"O alcance e a dimensão da internet potencializam e aprofundam a tensão entre a liberdade de informação e outros direitos fundamentais. O Brasil não é um país de direitos absolutos e a liberdade de expressão não é um direito absoluto. Só que o nível de liberdade e autonomia do nosso povo e a qualidade da nossa democracia têm relação direta com o apreço que nós temos pela liberdade de informar e de nos expressar", disse Sanchez, que participou de um painel intitulado "Transformações da sociedade na era digital".

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"Se de um lado nós temos um desenho institucional que favorece as liberdades de informação e de expressão, ainda há muito a fazer para que essa garantia da Constituição positivada pelo Supremo se espraie pelo país e seja de fato incorporada à alma do nosso povo. A possibilidade de convivência entre diferentes direitos fundamentais somente se concretiza com mais liberdade e mais tolerância", completou.

Mordaça. Sanchez mencionou em sua apresentação a decisão recente da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, que negou o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que queria permitir a anulação das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que desrespeitem direitos humanos.

"Gostaria de citar a ministra Cármen Lúcia, que disse que não se combate intolerância com mordaça", frisou Sanchez.

Em sua fala, o advogado destacou que o Brasil é o segundo País com o maior número de solicitações estatais para remoção de conteúdo na internet - atrás apenas da Rússia. Só no ano passado foram feitas 1,4 mil solicitações no País, disse Sanchez.

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"A rede não é culpada pelo que é produzido de ruim pelos seus usuários", comentou o advogado, ressaltando que muitos pedidos de remoção de conteúdo envolvem prefeitos.

Desafios. Para o mediador do painel, ministro Marco Aurélio Mello, do STF, a tecnologia transformou nossas vidas no sentido de torná-las mais confortáveis.

"Os desafios surgem a cada dia e não podemos ser saudosistas de uma época ultrapassada quando nós tínhamos no Brasil um verdadeiro regime de exceção. Refiro-me à censura", comentou o ministro.

Marco Aurélio provocou risos da plateia ao dizer que, embora mais velho que o público do evento (formado, na maioria, por jovens estudantes de Direito), utiliza novas tecnologias, como a Netflix e o Uber.

"Quem não utiliza o WhatsApp? Como tantos brasileiros, tenho um grupo de WhatsApp que é um grupo retratado pelo esteio maior da sociedade, ou seja, a própria família", brincou o ministro.

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