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Tratamentos para febre zika e microcefalia serão discutidos em Vitória

A presença do vírus no território capixaba preocupa ainda mais após a confirmação de um número elevado de casos de microcefalia no nordeste do Brasil associados à doença

Redação Folha Vitória
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A febre zika é transmitida pelo mosquito da dengue Foto: Reprodução
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Entidades médicas, conselhos de profissionais de saúde, instituições acadêmicas e representantes de municípios capixabas estarão reunidos a partir desta quinta-feira (19) para discutir sobre a febre zika.

Segundo a gerente de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Gilsa Rodrigues, a presença do vírus no território capixaba preocupa ainda mais após a confirmação de um número elevado de casos de microcefalia no nordeste do Brasil associados à doença. “O objetivo da reunião é apresentar os casos do Nordeste para que as pessoas entendam a gravidade desta nova situação que estamos vivendo. Queremos alertar a população para o risco que corremos”, ressalta.

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Estão convidados para a reunião a Sociedade de Infectologia do Espírito Santo, a Sociedade Espírito-Santense de Pediatria, a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Espírito Santo, a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Espírito Santo, e a Sociedade  de Neurologia do Espírito Santo.

Além dessas entidades, foram convidados o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES), o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), o Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES), a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam), a Unesc e a Multivix, além dos municípios com mais de 100 mil habitantes e outras instituições.

O que é a microcefalia?

A microcefalia não é um agravo novo. É uma condição neurológica em que a cabeça do recém-nascido é menor quando comparada ao padrão daquela mesma idade e sexo. Neste caso, os bebês com essa malformação congênita nascem com um perímetro cefálico menor do que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.

Quais as causas desta condição?

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Em geral, a malformação congênita está associada a uma série de fatores de diferentes origens. Pode ser o uso de  substâncias químicas durante a gravidez, como drogas, contaminação por radiação e infeccção por agentes biológicos, como bactérias, vírus e radiação.

Por que há um aumento do número de casos de microcefalia em Pernambuco?

A Secretaria de Saúde do Estado está analisando possíveis causas para essas ocorrências, entre elas: infecções congênitas (rubéola, sífilis, varicela, toxoplasmose), agressões teratogênicas (drogas como talidomida, aspirina, tetraciclina, calmantes), alcoolismo materno, drogadição (cocaína), infecções provocadas por dengue, chikungunya ou zika, entre outros. Entretanto, ainda não foi identificada a causa.

Quais estados estão registrando crescimento de casos de microcefalia acima da média?

O Ministério da Saúde está acompanhando os casos de microcefalia em Pernambuco, estado que tem apresentado aumento de casos da doença, classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como situação inusitada em termos de saúde. Há relatos de profissionais de saúde sobre o mesmo ocorrido nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. As suspeitas estão sendo investigadas e todos esses locais contam com a atuação de profissionais do ministério.

Há registro de "surtos" de microcefalia em outros países?

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Por enquanto, não há relatos na literatura científica e nem casos registrados em outros países da associação do zika vírus com a microcefalia. No entanto, de acordo com o ministério, nenhuma hipótese está sendo descartada.

O bebê com microcefalia pode morrer ou ter sequelas?

Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos feitos desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.

Como é feito o diagnóstico de microcefalia?

Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas. A microcefalia também pode ser identificada durante a gravidez, nos exames pré-natais.

Qual é o tratamento para a microcefalia?

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Dependendo do tipo de microcefalia, é possível corrigir a anomalia por meio de cirurgia. Geralmente, as crianças precisam de acompanhamento após o primeiro ano de vida. Nos casos de microcefalia óssea, existem tratamentos que propiciam um desenvolvimento normal do cérebro.

Que exames estão sendo feitos nas crianças e nas gestantes dos estados (PE, RN e PB) que já notificaram o Ministério da Saúde?

A partir dos casos identificados em Pernambuco, estão sendo feitas investigações epidemiológicas de campo como a revisão de prontuários e de outros registros de atendimento médico da gestante e do recém-nascido. Também estão sendo feitas entrevistas com as mães por meio de questionário. Os casos seguem para investigação laboratorial e exames de imagem, como a tomografia computadorizada de crânio.

Neste momento, existe recomendação do Ministério da Saúde às gestantes?

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Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde, que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do perímetro cerebral e à idade gestacional, assim como à notificação de casos suspeitos de microcefalia.

(Com informações da Agência Brasil)

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