Envelhecer com saúde: a importância do lazer na vida dos idosos

Com o aumento da expectativa de vida no Brasil, que hoje ultrapassa os 76 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a qualidade de vida se tornou uma prioridade também para a população idosa. Hoje, viver mais não é o único objetivo deles — a busca é por viver melhor, com autonomia e conforto.

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A nova geração de idosos deseja bem-estar, socialização e ambientes que promovam tanto a saúde física quanto a mental. 

Para muitos, inclusive, o lazer se tornou o pilar de uma vida plena e saudável. É o caso de João Batista, que, na chamada "quarta idade", não abre mão de encontrar os amigos no Parque Moscoso, em Vitória.

“É muito importante o lazer porque para as pessoas mais idosas é mais fácil ter depressão por tudo nesse mundo. Os mais velhos sentem mais, são mais sentimentais. Eu não gosto de praia, mesmo morando nas belas praias de Vitória, então meu lazer é vir ao parque. Se eu ficar uma semana sem vir aqui, já sinto diferença. Eu já estou na quarta idade, então tenho que procurar viver os melhores momentos”, afirma ele.

Essa necessidade de estar cercado por pessoas, manter uma rotina de exercícios e frequentar espaços de convivência mostra como o conceito de envelhecimento evoluiu. Hoje, essa fase da vida é vista como um período de vitalidade. 

A importância do lazer na qualidade de vida dos idosos

Atualmente, o Espírito Santo conta com 680.003 idosos, segundo dados do IBGE. Para esse público, segundo a médica geriatra e presidente da Associação de Geriatria do Espírito Santo, Daniela Barbieri, o lazer é essencial para prevenção de doenças.

"Quando pensamos em lazer, eu acho que é importante pensar em envolver socialização para formar vínculos, para ter uma rede de suporte social. Se a gente puder incluir aí também movimento físico, além de estímulo mental, isso ajuda a prevenir doenças", afirma.

Ela explica ainda que quando o idoso está imerso em um ambiente em que pode ter acesso ao lazer, conectar-se com alguém ou fazer uma atividade física, ele se torna um idoso diferente, melhorando a autoestima, o risco de depressão e de ansiedade.

"O vínculo traz essa facilidade de saber com quem contar na hora em que precisar, conversar, ou na hora que tem uma doença, que eu preciso de um apoio. Isso é muito importante! Eles têm medo de se sentir solitários ou já se sentem assim, e essa sensação é comum entre eles. Na terceira idade, é importante buscar essas conexões sociais, porque fazem diferença para a mente, para o espírito, para a qualidade de vida", explica.

A médica reforça ainda que além de oferecer áreas de lazer, é fundamental que esses espaços sejam acessíveis e seguros para os idosos, levando em consideração suas limitações físicas como dificuldade de locomoção e déficit visual, por exemplo. 

"Eu acho importante, quando a gente pensa no envelhecimento e no lazer, incluir acessibilidade. É comum a pessoa idosa ter mais dificuldade de locomoção, ter mais lentidão, ter um déficit visual ou uma alteração articular. E aí a gente lembrar que é importante ter rampa, ter corrimão para diminuir risco de quedas, ter pisos adequados. Então toda a área de lazer e de socialização que vai incluir a pessoa idosa, a gente tem que lembrar dos riscos e lembrar das possíveis limitações para permitir que elas possam ser incluídas", afirma. 

Os riscos da solidão na terceira idade

Estudos comprovam que a solidão é um dos maiores riscos para a saúde dos idosos. Uma pesquisa realizada pelo cientista e professor John Cacioppo, da University of Chicago, revelou que a solidão extrema pode aumentar em até 14% as chances de morte prematura em pessoas mais velhas.

Sentir-se isolado pode afetar a saúde física e mental, elevando a pressão arterial, alterando o sono e até aumentando os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

Além disso, o estudo revela que o impacto da solidão na mortalidade prematura é quase tão significativo quanto o desfavorecimento socioeconômico, que eleva o risco em 19%.

 Com base em dados de 2010, uma análise indica que a solidão dobra o risco de morte precoce em comparação com a obesidade. 

Por isso, criar espaços de convivência e lazer para os idosos é uma forma eficaz de combater esses males e promover uma vida mais longa e saudável.

Mercado imobiliário se adapta para atender às demandas

É nesse cenário que o mercado imobiliário de luxo no Espírito Santo tem se adaptado, oferecendo empreendimentos que vão além da sofisticação e focam em proporcionar espaços que estimulem a socialização, o bem-estar e a saúde física e mental.

Com o envelhecimento da população, empreendimentos como o TAJ, primeiro home resort do Espírito Santo que está em construção no Jockey de Itaparica, têm se especializado em oferecer facilidades que atendam às necessidades dos idosos. Resultado disso é que 13,10% dos compradores têm 60 anos ou mais. 

O gerente comercial de parcerias da Grand, Eduardo Reis, explica que o empreendimento é completo e atende a todas as idades, mas pensando nas pessoas que estão chegando na melhor idade, foram planejados diversos serviços para proporcionar mais conforto e praticidade, promovendo qualidade de vida.