Socialização infantil: benefícios da interação com outras pessoas
O período de 0 a 6 anos é rico em descobertas e mudanças. Por isso, o convívio com outras crianças e com familiares permite a formação, por exemplo, de vínculos de amizade
Tudo aquilo que é vivido, aprendido e experimentado nos seis primeiros anos de vida de uma criança é determinante para o estabelecimento de habilidades fundamentais aprendidas pelo pequeno. Nessa fase da vida, os pequenos têm os primeiros contatos com uma série de comportamentos e interações com o ambiente em que vivem. Pesquisas apontam que todos os estímulos recebidos nesse período surtem efeito até mesmo na vida adulta da pessoa.
É na primeira infância que a criança vive situações extremamente enriquecedoras. Para estimular corretamente o cérebro dos pequenos, é preciso trabalhar áreas como a psicomotricidade (relação entre o mundo externo e interno), consciência fonológica, interação social e a fala.
Trabalhar a psicomotricidade busca melhorar o comportamento da criança com seu corpo. Alguns pontos são essenciais no desenvolvimento da criança: a lateralidade, a organização e a noção espacial. Além disso, é preciso trabalhar a consciência fonológica, habilidade que todos nós adquirimos quando manipulamos os sons de nossa língua.
Um dos pontos que merece destaque é a necessidade de trabalhar a interação social da criança. Desde a barriga os bebês costumam interagir com o que está ao redor. É justamente ao longo da primeira infância que vamos atribuindo significado às coisas e às pessoas.
Esse período, de 0 a 6 anos, é rico em descobertas e mudanças. Por isso, o convívio com outras crianças e com familiares permite a formação de vínculos de amizade, por exemplo. O que acaba estimulando o fortalecimento de emoções.
Interação entre adultos e crianças
De acordo com pesquisas do portal Primeira Infância em Pauta, os brasileiros ainda não dão a devida importância à necessidade de o bebê estabelecer vínculos com os adultos. O item aparece apenas em quarto lugar entre os itens importantes ao desenvolvimento da criança de até 3 anos. Antes dele, estão as ações relativas aos cuidados físicos, com levar ao médico e alimentar, por exemplo.
Outro dado alarmante é a opinião dos brasileiros no que diz respeito ao acesso às novas formas de tecnologia. Assistir a desenhos ou programas infantis na TV é apontado por 55% das mães brasileiras como a principal forma de estimular o desenvolvimento de crianças de até 1 ano de idade.
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Diferente do que pensa o senso comum, é por meio das interações sociais que a criança se desenvolve. A interação com os pais, avós, irmãos mais velhos, professores e outras crianças é fundamental. Esse é, segundo especialistas, um dos melhores estímulos que a criança pode receber nessa fase de formação cerebral. Além da interação com outras pessoas, o contato com a natureza e a experimentação de novas texturas, sabores e sons também são muito importantes.
Apesar de reconhecer que o carinho dos adultos é importante tem influência o temperamento da criança, apenas 12% da população considera o afeto importante para o desenvolvimento. A pediatra Iria Giacomin explicou que os pais precisam criar alternativas para estimular as crianças.
“A parte de brincadeiras e jogos, ter atividades fora de casa, ao ar livre e contato com os pais e outras crianças é muito importante para o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. Vemos crianças com o emocional cada vez mais prejudicado hoje em dia pelo uso excessivo dos equipamentos eletrônicos. Praticar atividades em conjunto com os familiares ajuda no aprendizado e no desenvolvimento das crianças”, explicou.
Receber afeto de um adulto influencia não apenas o temperamento e a personalidade da criança, mas também impacta seu desenvolvimento cognitivo. Ações como brincar, conversar, contar histórias, cantar e passear com as crianças são importantes para o desenvolvimento e podem ser uma oportunidade de criar vínculo e demonstrar afeto.
Websérie
Nos próximos dias, o jornal online Folha Vitória vai contar as histórias da Olívia, do Otávio e da Melissa. A primeira personagem da história é a Olívia Postay, de 4 meses. Vamos contar como a família da pequena se preocupa em estimulá-la desde a gestação. De acordo com a Juliana Postay, mãe de Olívia, as estratégias que usaram durante a gravidez já surtem efeito nos primeiros meses de vida da filha.
"Esse vínculo que criamos, ela sempre associa. A audição, tato, o olfato. Desde a barriga nós conversamos, colocamos música, lemos histórias. É uma forma de estabelecer um contato maior com ela", disse Juliana.
Ficou curioso para conhecer mais sobre essa história? Não deixe de conferir o primeiro episódio na íntegra amanhã, no Folha Vitória.