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Após Marco Civil, crescem projetos de lei sobre internet

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - O número de projetos de lei relacionados à internet que foram apresentados no Congresso Nacional disparou desde a promulgação do Marco Civil da Internet, em abril de 2014. É o que mostra um levantamento de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Núcleo de Informação e Comunicação do Ponto BR (NIC.br), feito entre fevereiro e setembro deste ano.

O estudo considerou projetos ativos - em tramitação ou esperando um relator - ligados à rede apresentados entre 1993 e 2016. Segundo o estudo, 166 propostas foram apresentadas desde abril de 2014, contra 139 nos vinte anos anteriores. Ao todo, são 305 projetos de lei.

A maior parte das contribuições foi feita na Câmara dos Deputados, com 140 projetos desde abril de 2014 (84% do total). "O Congresso Nacional está mais atento às pautas da internet, seja por conta de leis como o Marco Civil ou porque esses temas afetam a vida da população", avalia Bruno Bioni, assessor jurídico do NIC.br e responsável pelo estudo.

Punição

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Aprovada em 2014, ainda no governo de Dilma Rousseff, a Lei 12.965/2014 - conhecida como Marco Civil da Internet - é um projeto que estabelece direitos e deveres para quem usa a rede. "Foi um projeto que surgiu como reação a diversos projetos de lei que queriam tratar a internet como um espaço criminal, como foi o PL Azeredo", diz Bioni.

O estudo também mostra que a quantidade de projetos de lei que afetam a internet do ponto de vista punitivo - isto é, pensados para combater crimes na internet - também aumentou. Antes de 2014, eles representavam 31% das pautas apresentadas no Congresso; depois da "constituição da internet", essa proporção saltou para 36%.

"Depois do Marco Civil da Internet, pode ser que o Congresso Nacional agora acredite que é hora de regular a internet de forma punitiva", avalia Bioni. Nesse conjunto, estão projetos que saíram da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Crimes Cibernéticos; e o PL 215/2015, que tenta exigir que as pessoas cadastrem dados pessoais para navegar na internet ou usar aplicativos.

Temas quentes

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Os pesquisadores também destacam os principais temas de projetos que, de alguma forma, tentam alterar o Marco Civil da Internet. Em primeiro lugar, com 17 projetos, está a "franquia de dados", tema que ganhou notoriedade no início de 2016, após diversas operadoras manifestaram a intenção de estabelecer limites de dados para a banda larga fixa, prática comum na internet móvel.

Outro assunto polêmico é o "bloqueio de aplicativos", que ficou em terceiro lugar no ranking, com sete projetos de lei. "O nosso Congresso tem sido extremamente reativo às pautas de comoção social, como aconteceu com a suspensão do WhatsApp pela Justiça e a franquia de dados", diz Bioni. Ao todo, 39 projetos solicitam alterações no Marco Civil da Internet - ou seja, 23% das propostas apresentadas depois de abril de 2014.

Para os pesquisadores, o Marco Civil não encerra o debate sobre a internet brasileira: privacidade e proteção de dados pessoais, por exemplo, devem ser contemplados pelo Projeto de Lei de Proteção de Dados (PL 5276/2016), que ainda está em tramitação. "Em vez de alterar o Marco Civil, é o caso de apostar mais em uma produção complementar, o que cria um arcabouço jurídico mais completo", diz Bioni.

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O estudo deve ganhar uma segunda etapa em breve, em que os pesquisadores vão analisar o teor dos projetos e sua evolução no Congresso.

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