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PMs exigiram R$ 300 mil por resgate de traficantes

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Rio de Janeiro - O ex-comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar (Ilha do Governador, na zona norte), coronel Dayzer Corpas Maciel, e o chefe da Segunda Seção (P-2) do batalhão, 1º tenente Vítor Mendes da Encarnação, foram presos nesta quinta-feira, acusados de comandar o sequestro de dois traficantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP). Além deles, outros 14 policiais foram detidos e 32 mandados de busca e apreensão, cumpridos. Eles exigiram mais de R$ 300 mil pelo resgate dos chefes do tráfico do Morro do Dendê, na Ilha, e Senador Camará, na zona oeste.

Os crimes de extorsão mediante sequestro e roubo agravado foram cometidos na noite de 16 de março e flagrados por câmeras de segurança da Base Aérea do Galeão e das viaturas. Os PMs seriam próximos dos traficantes Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, e Gilberto Coelho de Oliveira, o Gil, chefes do TCP. "Temos notícias de pagamentos mensais para que não houvesse repressão (do tráfico e do transporte irregular)", disse o subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança, Fábio Galvão. O Ministério Público do Rio (MPRJ) "não descarta possível prática de crime de associação ao tráfico de drogas".

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Os policiais foram informados que traficantes armados passariam pela Estrada do Galeão (perto do Aeroporto Internacional Tom Jobim) em um Ford Ecosport vermelho. O carro foi interceptado em frente à cabine da PM da Base Aérea do Galeão e os cinco traficantes, abordados: André Cosmo Correa Vaz; Rodrigo da Silva Alves; Evenílson Ferreira Pinto; Atileno Marques da Silva, o Palermo; e Rogério Vale Mendonça, o Belo. Com eles havia quatro fuzis, 18 granadas, três pistolas, oito carregadores e munição. Os policias também roubaram cordões de ouro e relógios dos bandidos.

Quando chegou ao local, o 1º tenente Vítor Mendes assumiu o comando da ocorrência e dividiu as tarefas entre os 14 praças. Duas horas após a abordagem, apenas três traficantes, um fuzil, 18 granadas e três pistolas foram levadas para a 37ª Delegacia de Polícia (Ilha do Governador). Palermo e Belo, chefes do tráfico de favelas controladas pelo TCP, foram sequestrados e liberados após sete horas de negociação com a advogada Rosângela Azevedo Gomes. O TCP pagou uma parcela de R$ 300 mil. Os investigadores ainda não sabem o valor da segunda parte. Os policiais venderam os três fuzis apreendidos para traficantes do Morro do Dendê, por R$ 150 mil.

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Durante toda a ação, o coronel Corpas manteve contato com o tenente Vítor pelo telefone corporativo. Na divisão, o comandante recebeu R$ 40 mil. Oito policiais que participaram dos crimes ganharam R$ 1 mil cada um. Em abril, a Subsecretaria de Segurança soube que dois traficantes não haviam sido presos na ação. O MPRJ solicitou as imagens da Base Aérea para a Aeronáutica. No entanto, o comandante da Base, coronel aviador Flávio Luiz Oliveira Pinto, as encaminhou primeiro ao coronel Corpas que, ao recebê-las instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o caso.

O chefe do IPM foi pressionado para que somente os 14 praças presos administrativamente fossem incriminados. O coronel Corpas e o tenente Vítor Mendes não seriam citados. Pouco depois, as investigações foram assumidas pela Auditoria da Justiça Militar, Secretaria de Segurança e MPRJ. Na casa do coronel Corpas, foram encontrados R$ 14 mil em notas de baixo valor e notas fiscais de uma loja de materiais de construção na Ilha do Governador, registrada no nome da mulher do comandante. Em alguns cupons estava escrito "17º BPM" e "majorar (superfaturar) nota fiscal". O comandante poderá responder por improbidade administrativa.

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