Adolescente com paralisia cerebral luta por cadeira de banho após queda

Imaginar uma rotina é fácil. Acordar, tomar um banho, passar o café e sair de casa. Trabalhar, estudar... às vezes, os dois. Usar o transporte público, um carro ou até uma bicicleta. Com uma pequena mudança ali, outra aqui, provavelmente essa é a rotina da maioria das pessoas.

Maioria em que não se encaixa o Davi, de 15 anos, que mora com os pais no bairro Aparecida, em Cariacica. Ele possui paralisia cerebral, é tetraplégico e, por isso, precisa de ajuda para realizar atividades comuns como acordar e tomar banho. 

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A paralisia cerebral é uma condição que acomete duas a cada mil crianças no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o que afeta as funções sensoriais e cognitivas. 

O exemplo de rotina citado no início dessa reportagem é bem diferente do que acontece dentro da casa do Davi. Ele precisa de cuidados o dia inteiro e com aparelhos que são caros. 

Há três meses, ele recebeu uma cadeira de banho de doação, mas não era o equipamento adequado para a idade dele e, portanto, a família realizou algumas adaptações. 

Mas, um dia, enquanto estava tomando banho, acabou caindo da cadeira e o susto foi grande, como explica a mãe, Fabíola Lopes Caldeira.

"Nós ganhamos essa cadeira e avisaram para fazer adaptação em casa, mas ele caiu. Foi um susto para mim. Não deu certo. Meu filho sofreu um acidente com a cadeira, não pode acontecer de novo, não é seguro", contou.

A cadeira de banho é um dos exemplos das dificuldades que cercam a vida de Davi. Cada cômodo da casa é adaptado de uma maneira para que ele consiga dormir, se alimentar, fazer exercícios. Tudo é cuidadosamente pensado.

Para promover maior qualidade de vida para o filho, os pais buscam toda ajuda possível e, recentemente, encontraram uma segunda casa onde o filho e a família são acolhidos, respeitados e assistidos.

A Associação Capixaba de Paralisia Cerebral (ACPC) foi fundada em 2023, fica localizada em Campo Grande, em Cariacica, e atua realizando ações de orientação, acolhimento e conscientização.

Psicopedagogos, psicanalistas e diversos outros profissionais trabalham de forma voluntária na ACPC, que conta com diversos espaços para que os pacientes possam realizar atividades e se manterem ativos. 

Erika Almeida é presidente da ACPC e conta que a instituição busca ajudar as famílias em todos os âmbitos possíveis.

"Nosso trabalho é poder orientar as famílias sobre amparte jurídica, atendimentos e, principalmente, quais são os tratamentos eficazes para pessoas com paralisia cerebral. As famílias precisam dessas informações, saberem onde encontrar esse atendimento. Então, nós levamos essas informações. Não vamos parar até conseguir ajudar todo mundo que precisa. Quem quiser nos ajudar, nós estamos prontos para receber", disse. 

A ACPC é uma das associações apoiadas pelo Instituto Americo Buaiz (IAB) que, pelo terceiro ano consecutivo, aborda a temática Pessoa com Deficiência no período de agosto e setembro, por conta da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, celebrada em agosto.

A associação foi escolhida após uma indicação da Associação dos Amigos dos Autistas do ES (Amaes). 

Os interessados em realizar doações, se voluntariar para ACPC ou, até mesmo, direcionar a doação de uma cadeira de banho para o Davi, podem entrar em contato com a associação, pelo e-mail [email protected] ou Instagram @paralisiacerebralcapixaba.